15 de novembro de 2015
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Felicidade. Todos queremos e buscamos. Ainda mais nesses tempos “bicudos e difíceis”. Felicidade: sonho de consumo do Século XXI. É verdade que, na maioria das vezes, atropelamos a nós mesmos e aos que nos cercam, na louca tentativa de encontrá-la.
Para Ruut Veenhoven, professor de Condições Sociais para a Felicidade, da Universidade Erasmus de Roterdã, na Holanda, a felicidade geral de uma pessoa deve ser analisada em três níveis. O macro, que revela as características da sociedade em que ela vive e onde se avalia riqueza, justiça e liberdade. O médio, que está diretamente ligado ao grau de autonomia e respeito que a pessoa goza junto às instituições. E, por último, o micronível, que se manifesta nas capacidades pessoais, tais como habilidades técnicas e intelectuais, além das independências emocional e financeira.
Há de não se confundir alegria com felicidade. Pois, a primeira é algo momentâneo e passageiro, já a segunda é o resultado de um caminho trilhado na busca constante do “eu”. Alegria é estar, felicidade é ser.
Muitos chegam ao ponto de sentir medo da felicidade. Resultado de tantas frustrações e decepções ao longo da vida, agarram-se à única e confortável posição: construir muros, ao invés de pontes.
Receitas? Não, não existem regras para alcançar a felicidade. Mas Gibran dá uma boa pista: “Sim, o nirvana existe: está em conduzir teu rebanho a um verde pasto, e em por teu filhinho na cama, e em escrever a última linha de teu poema”. E Quintana, no poema “Indivisíveis”, que trata da felicidade através de suas lembranças enquanto ancião, diz, ao final do texto, que o exemplo de duas crianças de sexos diferentes, alegres e falantes, seria o que os adultos passariam a vida inteira procurando com esse nome.
E, assim, passamos a vida toda para descobrir que felicidade é todo o tempo que não medimos. Felicidade é ausência de ponteiros. O consumismo, a pressa e o sedentarismo, somados à destruição contínua do meio ambiente, ao contrário de nos trazer felicidade, cada vez mais nos afasta dela. Porque, se já não podemos voltar a ser o “bom selvagem” de Rousseau, por outro lado seguimos no rumo certo para nos tornarmos os últimos bárbaros hightechs na decadência já anunciada desta civilização.
Obs: Imagem enviada pelo autor.
