Edilberto 2015 blog

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Andando pelas ruas nesta semana, algumas pessoas me paravam e perguntavam – mas será que a presidenta Dilma vem ao rio Arapiuns na semana? E eu dizia que na minha opinião, ela não virá por vários motivos, entre outros, porque ela não tem nada a garantir aos povos da floresta. Afinal, é o próprio governo federal que ignora os direitos e necessidades dos pescadores, dos, indígenas, ribeirinhos e moradores das cidades da floresta amazônica. Como poderá ela dizer aos participantes do chamado da floresta que ela se preocupa com o bem estar deles e delas, se já garantiu firme que não abre mão da hidroelétrica de São Luiz do Tapajós? E para aquilo ela já desligou 10 mil hectares de floresta do Parque Nacional da Amazônia, por causa do grande lago que será formado caso nós permitamos que seja construída a barragem de São Luiz? Como satisfazer os povos da floresta se o governo federal continua estimulando a entrada de empresas nacionais e estrangeiras para explorar minérios na região, poluindo o Tapajós e tantos rios, destruindo floresta como a ALCOA em Juruti?

Gostaria de sugerir aos moradores da comunidade de São Pedro do Arapiuns e de todo o rio Arapiuns , como também aos moradores das comunidades de Parauá, Surucuá, Boim e de toda a Resex, a perguntarem ao Ministro de Minas e Energia, se ele aparecer por lá, por que o programa Luz para todos não chegou em todas as comunidades da |Resex, quando a energia de Tucuruí já cruzou o rio Tapajós, serve eletricidade a Itaituba e chega defronte de Fordlândia. Portanto faltam poucos quilômetros de distância da Resex. Pressione e não aceitem respostas vagas, exijam prazo curto para o luz para todos chegar às comunidades da margem esquerda do Tapajós e só questão de compromisso, já que há recurso federal para o programa Luz para todos.

Nesta semana outro tema que escandaliza parte da sociedade é o corte violento feito pelo governo sobre o salário desemprego do período do defeso. A Colônia dos pescadores tem tentado dialogar com órgãos do governo, mas há garantia da mudança de decisão que  foi tomada para fazer corte no orçamento do ajuste econômico.  Para eles não importa que os pescadores percam o salário desemprego e voltem a prejudicar a desova das espécies que podem desaparecer. Se é para controlar o orçamento federal  por que o governo não muda a política econômica que faz os bancos todos ganharem grandes lucros? Por que não cobra das grandes empresas sonegadoras de impostos?

O chamado da Floresta que anuncia a presença de três mil participantes de toda a Amazônia e que estarão lá quatro ou cinco ministros do governo, não podem aceitar conversa fiada e bater palmas. O momento é de mostrar que o governo federal abandonou os povos da floresta e permite grandes projetos que geram lucros para poucas empresas e desgraça para os povos da floresta. O governo precisa sentir que os povos da Amazônia não tem sangue da barata e não somos ingênuos e conformados. O Movimento Tapajós Vivo estará presente e fará um manifesto claro exigindo respeito aos nossos direitos. A Amazônia não é colônia de exploração, aqui moram cerca de 35 milhões de seres humanos que merecem atenção tanto quanto os Bancos e as grandes redes de televisão.

Obs: Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhâ? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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