1 de novembro de 2015
Esta noite eu tomaria todas as drogas do mundo
beberia todos os oceanos e transaria homens e mulheres
até morrer dilacerado de dor
Esta noite eu faria qualquer coisa
pra não sentir este vazio brochante
e esta puta angústia velha e louca
Esta noite eu poderia morrer sem a mínima pressa
nem qualquer tristeza porque experimental é o paraíso
e me contento em ter feito com o corpo o mais belo poema que a poesia almeja
Eu me converteria e cometeria
todos os vícios
sobretudo os que aprendi no hospício
e toda depravação
igual a que cometíamos na prisão
Depois me entregaria a deus e ao diabo
perplexo como o menino que fez arte e não pode ser artista
ou o artista que esqueceu de ser menino e de repente descobriu que é tarde.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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