Gerson F. Filho 15 de outubro de 2015

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Felicidade, meta impossível para os insatisfeitos

O que é ser feliz? Você sabe? Eu creio que ser feliz seria apenas uma adaptação dos sentidos. Aquela possibilidade de satisfação plena ou quase isso com o cenário presente. O ator desta ocasião na cena específica deverá ser capaz de se misturar com o ambiente de tal maneira que com esse mimetismo não seja mais possível encontrá-lo. Ele estará em harmonia com o seu momento e, portanto feliz.

Minha crença está no reconhecimento daqueles pequenos detalhes que muitas vezes nem sequer percebemos como: ter saúde, ter um teto para abrigo, ter sempre uma refeição a mesa, ter amigos uma companhia e sempre mais um dia para viver somente com isso. Depois viriam: a realização profissional e a realização daqueles desejos diversos que todos nós temos. Mas esta segunda fase já é circunstancial.

Nesta fase, a mais perigosa; moram todas as insatisfações. Aquilo que acaba inviabilizando um contexto feliz. Acabamos nos perdendo neste labirinto de alternativas e acabamos esquecendo daquilo que temos no início. Apenas um quesito não atendido neste imenso questionário vai nos transportar para as ruas amargas do descontentamento. Não importa mais se temos saúde, se temos um teto, ou se possuímos amigos alimento e um par, seremos assim infelizes.

Seria possível ser feliz com o quase? Estaríamos prontos para a felicidade sem a plenitude que almejamos? Eu cheguei ao ponto de acreditar que sim. Não acho que devamos abandonar a busca pelo melhor, mas devemos reconhecer sempre e agradecer por aquilo que já possuímos. O descontentamento contínuo; turva o palco você não será capaz de atuar como deveria nesta peça. Eu hoje pratico o reconhecimento do que tenho e do que alcancei. Errei muito, segui trilhas indevidas, me equivoquei nas opções, mas o saldo é positivo.

E agora procuro cultivar o momento sem ansiedade porque creio que sempre que nos desligamos dessa torrente de anseios acabamos vendo aquilo que mais almejamos acontecer. E se não acontecer não tem importância a felicidade já semeou este terreno. Ilustrativamente poderia dizer que vivo em um bote que navega no imenso oceano da inquietude com uma vela acesa na mão. Ela é a minha esperança e eu sou muito tenaz em mantê-la acesa. Sou obstinado no meu propósito.

Obs: Imagem enviada pelo autor (Imagem da Free Digital Photos.)

 

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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