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Não queria ver o dia terminar, colocou-se de costas ao pôr-do-sol que em breve começaria seu espetáculo no horizonte.
A sua frente prédios em formas de cascatas em vidros cem por cento e alturas incalculáveis.
Permanecia de costas ao Astro Rei, pensando na vida miúda que levava e comparando-se com os gigantescos monumentos pálidos parados que abrigavam vidas em desenvolvimentos.
A distância era de não poder ver os rostos que desfilavam por entre janelas transparentes naquela imensidão, visualizava apenas pequenos pontos brancos, opacos vistos de longe a olho nu. Lembravam formigas em busca de folhas verdes na primavera, lá estavam zanzando naquelas imensas casas que formavam conjuntos de seres, sentimentos e procuras.
Um edifício de vidro por inteiro, destacava-se dos demais, em azul celeste, vermelho em riscos, nuvens e gentes, o sol se preparava para mergulhar naquele retângulo vertical. Não tinha como desviar o olhar. Atrás de si à perspectiva original da natureza.
A sua frente um escândalo refletido atraia sua alma e coração.
E deixou-se mergulhar na visão a sua frente, onde sua razão se negava a enxergar aquilo que por hora se enterrava ao ocaso.