elza fraga 15 de setembro de 2015

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Eram jovens, uma vida inteira pela frente a ser descoberta, aproveitada, sorvida, pensava ele ávido de coisas diferentes.
Uma vida inteira pela frente para caber todos os sonhos que acalentava no peito, para ser feliz finalmente, pensava ela ávida dele e do desfrute das promessas.
“Que bela noite”, dizia ela, “quantas estrelas piscando no céu.”
“Vieram só para enfeitar a sua noite”, respondia ele…
“Está vendo aquela grandona, a mais brilhante?… A noite a teceu só para iluminar os seus cabelos… E a pequenininha, escondida entre as nuvens, está apenas escondendo os nossos beijos dos olhares curiosos.”
Mas o tempo não para a escutar tolas conversas, ele galopa qual cavalo livre em prados abertos… Com eles não foi diferente. Veio o ajuntamento, a descoberta, o desfrute, a monotonia, o enfado e, finalmente, o entojo… Afe!… que não havia um dia sem briga e nem uma noite sem dor de cabeça, desculpa universal de todas as mulheres quando o amor claudica…
Eram maduros, sonhos opostos e insatisfeitos, filhos criados e voando vidas próprias…
“Que bela noite” – disse ela – talvez cabeça num passado longe, lembranças vagas de um tempo enterrado ou esquecido. “Quantas estrelas piscando no céu para enfeitar algum amor que, porventura, ainda insista em acreditar na felicidade.”
“Deixa de ser burra, sua tola”, ele responde, “acaso não aprendeu, com toda esta idade, que estrelas são apenas corpos celestes formados de plasma, o quarto estado da matéria, e não de gás, como muitos pensam, e que se mantém coeso devido sua força gravitacional?”

E foi aí, nesta noite de céu estrelado, que ela desistiu de vez de tudo e desceu do bonde da vida…

 

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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