1 de agosto de 2015
Qual a gênese de alguns gestos? Um sorriso, um olhar, uma luz atravessada pela tarde, uma presença a fabricar música, uma réstia de sol a acolher-me em calma. Quantas tardes em nós e quanto tempo derretido em nossas peles, em teus dengos. O que importa se os ponteiros se movem, se a vida é movimento, se toda paz e risos podem ser compartilhados num abraço, num aconchego, num beijo, num acolhimento? Que importa tudo isso, se nesses breves e eternos instantes o existir se permite pleno e nos diz toda sua gênese? A tarde calma e amarela, o azul da roupa, o menino, a menina, o barroco, a presença, tudo se torna singular em nós e flui, sereno e leve como nuvem a aguardar a lua que virá e se tornará cheia em nossos gestos. Doce estar, doce ser.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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