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Caracterizar a Deus como Deus da vida apresenta sérios problemas. Pois a palavra “vida” contém múltiplos sentidos, que devem ser respeitados. Falamos de vida biológica, de vida intelectual, de vida social, de vida familiar, de vida profissional, de vida espiritual e até de vida plena em Deus. Atribuir a Deus a autoria, conservação e desenvolvimento da vida implica demonstrar sua presença e atuação em cada um destes diversos setores, que apenas tentam expressar imperfeitamente a riqueza deste vocábulo. O que, certamente, não é uma tarefa nada fácil.

Por outro lado, a fé cristã professa que Deus é criador de tudo o que existe e nenhuma realidade vital subsiste sem sua assistência. Mais ainda. A compreensão cristã de vida qualifica e adjetiva o conceito genérico de vida. É uma vida que deve ser vivida de um determinado modo e não de outro, é uma vida que inevitavelmente desqualifica outro tipo de vida, que se lhe opõe, como não-vida, como morte. Ao implicar, como sua plenitude e meta final, uma vida eterna em Deus, ela compreende a vida atual como uma etapa provisória e imperfeita do que se deve entender por vida.

Portanto, querer retraçar a presença atuante de Deus em todas as acepções da palavra vida exigiria um amplo discurso sobre a fé cristã, que excede as pretensões destas linhas. Vamos nos limitar à vida biológica, à vida cristã e à vida eterna, pois somos conscientes de que neste núcleo se fundamentam os demais setores vitais. De fato, é a fé cristã que determina como deve ser vivida a vida familiar ou social, a vida profissional ou cultural, a vida econômica ou afetiva.Buscando compreender melhor o sentido de vida a partir de Deus, pois nisso consiste a re-flexão teológica, devemos ouvir o que nos diz a Palavra de Deus exposta na Bíblia.

1 – Jesus Cristo e a vida humana

Se observarmos com atenção toda a existência de Jesus Cristo, veremos que o fruto maior de sua atividade apostólica consistiu em levar mais vida para seus contemporâneos. Tudo o que, realmente, significasse uma ameaça à vida do ser humano provocava no Mestre de Nazaré uma crítica corajosa e uma ação salutar (Mc 3,4). Ao curar cegos ou aleijados (Mc 8,22-26), Jesus estava fazendo-os participar mais plenamente da vida. No caso dos leprosos estava ainda reintegrando-os na vida social, libertando-os de uma existência marginalizada e desumana (Mt 8, 1-4). O mesmo pode-se dizer de seu convívio com os mais pobres, não só anunciando-lhes o Reino de Deus, mas ainda declarando serem eles felizes enquanto os mais aptos para o acolherem (Lc 6,20). Com isto os fazia tomar consciência de sua dignidade de pessoas e abria-lhes uma nova perspectiva para suas vidas. Também o gesto de perdoar pecados, realizado diversas vezes por Jesus, libertava seus contemporâneos da angústia provocada por sentimentos de culpa em razão de um passado que não mais pode-ria ser mudado. “Vai em paz e não tornes a pecar” (Jo 8,11) significa a chance de uma nova vida vivida na paz e na alegria do perdão.

Naturalmente, toda a atividade de Jesus Cristo se desenvolve e adquire sentido no quadro referencial mais amplo da vinda futura do Reino de Deus, predita já pelos profetas. Implica a iniciativa divina de entrar na história, interpelar homens e mulheres e convidá-los a uma mu-dança de vida (conversão). Implica também a resposta pessoal a este gesto divino, manifestado e tornado real na história em Jesus de Nazaré, através da fé em sua pessoa. Onde não havia esta fé, também aí não se davam curas (Mc 6,5).

O cristão configura sua vida a partir da vida de Jesus Cristo

Crer em Jesus Cristo significava então assumir uma nova modalidade de vida. Professá-lo como Filho de Deus implicava viver a própria vida biológica, cultural, social, profissional e familiar de um modo preciso, iluminado pela conduta e pelas palavras do Salvador. A ex-pressão “seguidor de Cristo” não passa de uma metáfora, que busca caracterizar o cristão como aquele que estrutura concretamente sua existência, toda ela, a partir da vida de Jesus Cristo. A configuração cristã da vida não exclui os demais setores vitais, apenas os configura, molda e unifica a partir da verdade última do ser humano que é Jesus Cristo (GS 22).

O cristão busca assim uma identidade cada vez maior com a pessoa de Jesus. Paulo, melhor do que ninguém viveu e conseguiu expressar esta realidade. “Eu vivo, mas não sou mais eu, é Cristo que vive em mim. Pois a minha vida presente na carne, eu a vivo pela fé no Filho de Deus que me amou e se entregou por mim” (Gl 2,20). O amadurecimento na fé significa, entretanto, não só um progresso “religioso”, mas também um crescimento como pessoa humana sem mais. Pois, sendo Cristo o primogênito de toda criatura (Cl 1,15), Ele é a “matriz” segundo a qual fomos criados. Quanto mais cristã for nossa existência, tanto mais humana ela também será.

Mas a noção cristã de vida não se esgota nesta compreensão. Pois, se Deus é a fonte da vida (Sl 36,10), só nEle encontraremos a vida plena pela qual tanto ansiamos. Jesus Cristo é a vida sem mais (Jo 14,6) porque Ele partilha esta vida plena de Deus (Jo 1,1), manifestada em sua pessoa (1 Jo 1,2). Uma vida que é prometida àqueles que neste mundo assumem sua existência, morrendo para o egoísmo e vivendo para Deus (Rm 6,10s). Daí poder afirmar: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham plenamente” (Jo 10,10).

Esta vida plena supera a morte e nos faz, ressuscitados, participar da vida de Deus. “Eu sou a Ressurreição e a Vida; quem crê em mim, mesmo que morra, viverá” (Jo 11,25). De fato, pela fé vivida entramos em comunhão com Deus, vivemos sua própria vida. Poeticamente, diríamos que o sangue de Deus corre em nossas veias. Nesta existência terrena, contudo, esta realidade só nos é acessível pela fé. Daí a afirmação de Paulo: “Vossa vida está escondida com o Cristo em Deus” (Cl 3,3). Santo Irineu sintetiza o que vimos numa frase que se tornou célebre: Gloria Dei vita hominis; vita autem hominis visio Dei est (“A glória de Deus é a vida do homem; esta vida entretanto é a visão de Deus”).

2 – O Espírito fonte de vida

Na tradição, sobretudo ocidental da Igreja, o Espírito é visto como Aquele que santifica, que nos leva à fé, que nos faz confessar Cristo, que fundamenta nossa esperança e nos capacita viver o amor teologal. Entretanto, a Escritura nos apresenta também o Espírito de Deus já atuante na criação do mundo (Gn 2,7), dando vida aos seres humanos, e ainda introduzindo-os na vida nova pela ressurreição dos mortos. O Espírito que nos é dado, que habita em nós (Rm 8,9; 1 Cor 3,16), é o criador da vida e portanto também da nova vida, sendo assim para aqueles que o recebem “penhor” da ressurreição (vida plena). Só nesta visão mais ampla aparece o sentido profundo de Pentecostes: levar à sua realização última a vida iniciada na criação.

A ressurreição de Jesus Cristo revela a realidade última de sua vida plenamente dotada do Espírito (Jo 3,34), pois através dela se encontra unido à fonte mesma da vida, constituindo-se num “ser espiritual” (1 Cor 15,45). Ao contrário do que aparece no Antigo Testamento (Ecl 12,7) o Espírito de Deus não volta, sem mais, a Deus no momento de sua morte. Pois o Pai ressuscita Jesus Cristo “no Espírito” (Rm 1,4). Daí enviar Cristo aos fiéis este seu Espírito que, como dom escatológico, aparece como a antecipação da vida imortal e bem-aventurada para todos os que assumem a sua existência.

Aqui se impõe uma observação para esclarecer eventuais dificuldades. Mesmo reconhecendo que a revelação da Trindade só se deu com Jesus Cristo e que as expressões “Palavra”, “Espírito” e “Sabedoria” não se distinguem e se contrapõem nitidamente no Antigo Testa-mento, julgamos válida uma leitura neotestamentária que englobe, reinterpretando a partir da verdade definitiva que é Cristo, as manifestações anteriores de Deus. Não nos deve surpreender que a perspectiva neotestamentária forneça aperfeiçoamentos e também correções a estas teofanias.

A Escritura nos apresenta o Espírito Santo como vivificante numa multiplicidade de concretizações. A começar pelo sopro vital (Sl 104,29), passando pela capacidade compreensiva, pelos dotes artísticos, pela inspiração profética, pelo carisma do governo. “Encheu-o do espírito de Deus para que tenha sabedoria, inteligência, conhecimento e aptidão para todos os afazeres: criação artística, trabalhos em ouro, prata e bronze, cinzelatura das pedras de guarnição, escultura em madeira e toda sorte de trabalhos artísticos” (Ex 35,31-33). Todas são antecipações perceptíveis do dom escatológico: neste se une de tal modo o Espírito com a vida de quem o recebe que não mais pode dele se separar, nem com a morte.

Esta visão da atividade do Espírito corrige a funesta separação, muito em voga no passado, entre a ordem da criação e a ordem da salvação, reduzindo assim o papel do Espírito no cosmo e na história. Daqui para Lhe confinar no âmbito do extraordinário ou do milagroso é só um passo. Se a criação é uma ação divina que continua no tempo, caso contrário tudo voltaria ao nada, então devemos concluir, contra uma compreensão mecanicista da mesma, que o Pai envia constantemente seu Espírito às criaturas, dando-lhes vida e energia. Naturalmente, o dinamismo vital do Espírito tende sempre a levar os seres humanos a participarem da vida plena, que é Deus.

Esta maneira mais unitária de considerar a ação do Espírito se vê contestada em nome de uma confusão indevida entre a vida “natural” do homem e sua vida “sobrenatural”, ou entre a noção “cosmológica” de Espírito (AT) e a “histórico-salvífica” (NT). É evidente que o conceito de vida, aplicado aos vegetais, aos animais e aos seres humanos, é um conceito análogo. Sobretudo se não esquecemos a finalidade última da vida humana. Contudo, tendo presente o cristocentrismo de toda a criação, podemos considerar o contexto vital indispensável à sobrevivência do homem, como pressuposto exigido para sua realização plena em Deus.

Neste caso, o dinamismo vital insuflado na criação só terá seu sentido último desvelado na revelação escatológica com a pessoa de Jesus Cristo. Aí então, surge em toda sua verdade e profundidade, que só a fé deixa entrever, o que é realmente a noção de vida para o ser humano, que naturalmente não se limita ao hálito vital. Este, juntamente com todas as manifestações do espírito humano, é atuado pelo Espírito de Deus quando, em sintonia com a dinâmica deste Espírito, que é de nos fazer co-participantes com Cristo da vida plena em Deus. Como a natureza é pressuposta, assumida e aperfeiçoada pela graça, assim também tudo o que implica vida para o ser humano, ao preservá-la, protegê-la ou desenvolvê-la, entra no dinamismo do Espírito.

Numa perspectiva explicitamente trinitária, podemos dizer que o Pai, fonte primeira da vida, a comunica plenamente a seu Filho (Jo 5,6), ressuscitando-O (At 2,24). E tudo se realiza “no Espírito” (Rm 1,4). Jesus que, em sua morte, havia restituído o Espírito ao Pai e agora o recebe em plenitude, pode derramá-lO abundantemente sobre o mundo (At 2,32), o que de fato aconteceu (Jo 20,22). Portanto, em Cristo o Pai se revela como Fonte da vida, o Filho como o Mediador, o Espírito Santo como a própria Vida.

3 – Promover a vida é acolher o dom de Deus

A promoção da vida como fruto da atuação do Espírito Santo faz parte da consciência de fé da Igreja, embora não tenha ainda merecido uma devida explicitação e valorização. De fato, a universalidade ativa do Espírito, como a do vento que sopra onde quer (Jo 3,8), é reconhecida pelo Concílio Vaticano II, ao afirmar que a ordem e o progresso social em contínua evolução têm no Espírito Aquele “que dirige o curso da história e renova a face da terra” (GS 26). Cristo ressuscitado opera por força de seu Espírito nos corações humanos, de tal modo que “anima, purifica e fortalece também aquelas aspirações generosas com as quais a família humana se esforça por tornar mais humana a sua própria existência e submeter a terra inteira a este fim” (GS 38).

Além de valorizar a ação do Espírito nestas realidades não propriamente religiosas, a Cons-tituição Pastoral Gaudium et Spes vai mais longe, convidando todo o Povo de Deus a “auscultar, discernir e interpretar as várias linguagens do nosso tempo, e julgá-las à luz da palavra divina, para que a Verdade revelada possa ser percebida sempre mais profundamente, melhor entendida e proposta de modo mais adequado” (GS 44). Deste modo, reconhece que as tradições culturais podem apresentar sintonias tais com a Verdade que é Jesus Cristo, que sirvam para melhor explicitá-la. Sabemos, contudo, que esta Verdade manifestada na história não pode ser concebida sem a atuação do Espírito. Daí certa presença ativa do Espírito nas culturas dos povos.

João Paulo II enfatiza estas declarações conciliares ao reconhecer sem mais a ação “do Espírito da verdade operante para além das fronteiras visíveis do Corpo Místico” (RH 6), antes da economia do Evangelho (DV 53), de tal modo que “a presença e a atividade do Espírito não digam respeito somente aos indivíduos, mas à sociedade e à história, aos povos, às culturas, às religiões” (RM 28).

Podemos justificar tais afirmações observando que o Espírito, enquanto “Sopro Criador”, dá vida a todos os seres animados e, sobretudo, ao ser humano (Gn 2,7; 6,3; Jo 21,3; 33,4; Ez 37; Ecl 12,7), agindo assim em toda a humanidade. Contudo, esta ação vivificante não se limita à vida física, mas diz respeito a tudo aquilo que a possibilita, a mantém, a desenvolve. Bem sabemos que, graças às criações de sua inteligência, pôde o homem sobreviver às catástrofes da natureza e aos ataques de animais mais poderosos.

Como ser eminentemente social, o ser humano teve que se organizar em sociedade, estabelecendo normas de conduta e leis sociais, fundamentadas em suas interpretações da realidade. Portanto, podemos dizer que a cultura, a linguagem, as instituições sociais, resultam não só do gênio humano, mas também da ação do Espírito que o vivifica. Aqui se abre todo um campo de ação para o cristão na sociedade. Não só as tensões e os impasses que degradam a convivência humana interpelam a Igreja, mas também as múltiplas inquietações, iniciativas, dinamismos, questionamentos, sensibilidades, estratégias, programas de ação, linhas políticas, presentes e atuantes na sociedade, enquanto lutam pela vida, representam igualmente em nível social “os frutos do Espírito” de que fala Paulo (Gl 5,22s). E o cristão, na medida que os promove, não lida com uma ocupação “profana”, sem valor diante de Deus, mas deve considerar sua atividade como exercício autêntico de caridade e, portanto, como visibilização da atividade do Espírito.

Nesta linha, poderíamos acrescentar tudo o que torna a vida humana mais vida, como o amor fraterno, a confiança, a solidariedade, a justiça, a paz, o cuidado com a natureza, a vivência estética. Esta ação permanente do Espírito ganha certa evidência quando, em momentos de intensa criação, nos sentimos impelidos por uma força e um poder que sentimos não serem nossos. Assim na intuição de uma obra de arte, na descoberta súbita da verdade, na experiência gozosa da libertação, na renúncia experimentada na paz ou no compromisso moral assumido com alegria interior.

4 – Dar vida para alcançar a Vida

O Novo Testamento afirma que a pregação e o comportamento de Jesus foram inspirados, orientados e movidos pelo Espírito. Já na composição teológica do batismo (Mc 1,11), no impulso para ir ao deserto (Mc 1,12) e no início de sua vida pública (Lc 4,14) aparece evi-dente o que afirmamos. Daí a convicção de Pedro: “este Jesus oriundo de Nazaré, sabeis como Deus lhe conferiu a unção do Espírito Santo e do poder” (At 10,38). Daí também a importante declaração que a entrega da vida de Cristo por nós se deu “pela ação do Espírito eterno” (Hb 9,14).

Porém, a confrontação entre a visão bíblica do Espírito, como quem traz vida, com a atuação do Espírito na existência histórica de Jesus exige de nós, neste momento, uma reflexão suplementar. Pois a obediência ao Espírito significou para Jesus enfrentar tensões, contrariedades e conflitos que, aparentemente, lhe acarretaram menos vida. De fato, a humilhação e a impotência diante da violência, a derrota e o sofrimento frente à injustiça e, finalmente, sua paixão e sua morte prematura na cruz, parecem contradizer o que vimos anteriormente.

A paixão e morte na cruz levaram Jesus à plenitude da Vida

Contudo, afirma o testemunho de fé da comunidade apostólica, constitutivo da nossa fé, que foi exatamente este o caminho que levou Jesus à plenitude da vida (Fl 2,6-11; Hb 5,7-10). Este dado da fé cristã é sumamente importante, seja por superar (assumindo) a fé de Israel, seja por nos indicar a insuficiência de uma noção meramente antropológica de vida. Não se trata, portanto, de jogar uma noção contra a outra, mas de mantê-las dialeticamente juntas. Pois o Espírito que vivifica na ordem da criação e da salvação é o mesmo que nos vivifica, plena e definitivamente, pela ressurreição da carne, à qual chegamos assumindo a mesma trilha escarpada de Jesus. “Se o Espírito d’Aquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos habita em vós, Aquele que ressuscitou Jesus Cristo dentre os mortos dará também a vida a vossos corpos mortais, por seu Espírito que habita em vós” (Rm 8,11).

Dar vida a outros aparece então no Novo Testamento como critério seguro da ação do Espírito em nós. E aqui enlaçamos a noção de vida com outra noção-chave para a fé cristã: o amor. Pois o amor é uma outra expressão para significar “dar vida”. “Ninguém tem maior amor do que aquele que se despoja de sua vida por aqueles que ama” (Jo 15,13). Então, recebe sentido o caracterizar Jesus como “o bom pastor que dá a vida por suas ovelhas” (Jo 10,11) e a dá livremente retomando-a em plenitude (Jo 10,18).

A revelação de Deus na figura histórica de Jesus Cristo e na ação universal do Espírito Santo nos demonstra, sobejamente, que o Deus dos cristãos é um Deus que quer a vida dos seres humanos. Através destas suas “duas mãos” (S. Irineu) é Ele o responsável último pelo atual imperativo a favor da vida. A consciência cristã o percebe e o traduz conforme as ameaças feitas à vida: luta pela justiça, mutirão contra a fome, opção pelos pobres, campanha ecológica, respeito à dignidade dos anciãos, combate à discriminação racial ou étnica, ao aborto e a uma biologia genética que, cinicamente, usa seres humanos como cobaias.

Toda a ação do Espírito Santo é de nos dar vida num sentido pleno. Esta vida, assim entendida, se revelou para nós na pessoa de Jesus Cristo. Assim toda a ação do Espírito é de nos tornar mais semelhantes a Cristo, é uma ação “crística”. Leva-nos a dar vida a nossos semelhantes, das maneiras mais diversas, conforme nossas condições e nosso contexto. O cristão aparece assim como alguém que passa pela história e deixa marca, por menor que seja. Isto acontece quando torna a sociedade mais justa e fraterna, irradia alegria e esperança, transmite verdade e luz, quebra a lógica estreita do egoísmo, dá credibilidade ao amor desinteressado, diminui o sofrimento, traz sentido ao sem-sentido, contagia outros com a paz de Deus, conscientiza o marginalizado sobre sua dignidade, relativiza o temor da morte, liberta o egoísta de sua solidão, mediatiza a misericórdia e o amor de Deus para os pecadores e aponta para um futuro último que nos espera, e que é vida plena em Deus.

SUBSÍDIO
Traduzimos da Revista CLAR, n. 220, mayo-junio, 2001, p. 35.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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