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A Amazônia brasileira é toda ela situada em zona tropical, com média de 31 graus C’, com abundância de sol durante ao menos 11 meses do ano. Portanto, concentra possibilidade de oferecer energia elétrica realmente limpa e relativamente de baixo custo, levando em conta que depois de instalados os equipamentos, não tem outro custo. Isto significa que cada família da Amazônia, por mais pobre que seja, poderia ter energia elétrica suficiente para seu conforto.
Hoje são milhares de famílias que sonham em ter uma geladeira, um ferro de passar roupa, um ventilador, mas estão privadas, por que o governo brasileiro não se preocupa com quem não gera renda para a economia nacional. Prefere gastar bilhões de reais (Hidroelétrica de Belo Monte está calculada em 30 bilhões de reais) para favorecer o crescimento econômico federal, alimentar a fome de lucro das construtoras de barragens e atender à demanda das grandes empresas nacionais e estrangeiras. O projeto elétrico nacional prevê a construção de dezenas de grandes hidroelétricas na Amazônia, destruindo meio ambiente e expulsando moradores ribeirinhos e indígenas.
Em recente estudo de viabilidade de uso de energia fotovoltaica ocorrido em Santarém do Pará, o engenheiro eletricista convidado, demonstrou aos movimentos populares que é bem viável o uso da energia solar na região. Se o governo utilizasse 30% do que gasta com construção de barragens, teria suficiente recurso para financiar a baixo custo equipamentos para cada família da Amazônia ter sua fonte limpa e barata de energia em casa. Mesmo sem financiar os equipamentos, se o governo decide retirar vários impostos na compra de equipamentos e instalação, abrindo financiamento a baixo custo seria o bastante para as famílias que vivem distantes das cidades pudessem ter energia elétrica em casa.
Hoje, forçado pela crise hídrica no sul e nordeste do país, o governo federal já pensa em facilitar a instalação de energias solar e eólica nas empresas e com isso, abre porta para as famílias de comunidades amazônicas também usufruírem deste processo, mesmo que a reboque dos benefícios das grandes empresas. A expectativa de várias comunidades é que até o final do ano as regras do jogo do governo permita que os pequenos também possam instalar energia solar em suas residências a um custo permissivo.
Obs: Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.
Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhâ? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu