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“Como se visse
o Invisível
caminhava Moisés”.

A beleza
mais plena
se oculta,
o amor
é segredo
e só no secreto
— que paradoxo! –
se revela.

O fora
é só pálido
reflexo,
sinal apenas
do brilho
que se esconde
no seio
das coisas.
Não é o pão da terra
mero penhor
do pão do céu?

Não é assim
com o mar?
a beleza
que se vê
é só chamado
a penetrar
as profundezas:
lá dentro
a doce revelação
do segredo
das coisas
das formas
das cores
do espaço
da vida…

A superfície
esconde os abismos,
a vida
só se tece
no recôndito,
não é oculto o útero,
como gruta
escura
de noite sem fim?

Porto de Galinhas, PE.
03. Janeiro, 2009

Bispo Emérito da Diocese Anglicana do Recife
Igreja Episcopal Anglicana do Brasil – IEAB

Obs: Imagem enviada pelo autor.