ZeCarlos2

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Criança feliz, feliz a cantar,alegre a embalar seu sonho infantil…

Na década de cinqüenta, ainda tínhamos reis e rainhas da voz, como o inesquecível Francisco Alves, que cantava a música acima embalando tantos corações infantis (e adultos também). Eu o conhecí graças a minha avó , que era sua fã e cantarolava suas músicas, ensinando-as a mim e ao meu irmão.

Naquela época, ainda brincávamos na rua, ou mesmo em terrenos cheios de mato, onde construíamos toscas cabanas ou nos perseguíamos como mocinhos e bandidos. Os medos que nossos pais tentavam nos passar eram os lobos maus, bichos papões ou bruxas que comiam criancinhas. Mas nada que nos deixasse apavorados. Não se ouvia falar em crimes brutais, nem em seqüestros, ou estupros. Talvez até existissem. Mas não povoavam nossas cabecinhas, repletas de fadas, príncipes, bruxas, animais falantes e histórias de heroísmos mirabolantes.

No início da noite, para “tomar a fresca”, muitas famílias levavam suas cadeiras para as calçadas e proseavam com os vizinhos, enquanto seus gurís brincavam de pega-pega, queimada, cabra-cega, passa anel e outras bincadeiras. Nas noites chuvosas, ou mais frias, a família se reunia ao redor de um tabuleiro, jogando War, Banco Imobiliário ou Detetive. Havia também os jogos de mímica, de adivinhações ou mesmo qlguém que se dispunha a contar uma história que as crianças ouviam com enorme atenção.

Nessa época a televisão ainda engatinhava no país. E nem todas as famílias tinham condições de possuir uma. Nós tínhamos uma caixa enorme, sobre pés palito, se não me engano, da marca Telefunken. Mas a programação era fraca e o que mais nos agradava mesmo era a Ginkana Kibon aos domingos, com o divertido Cirquinho do Arrelia e seu companheiro Pimentinha. (continua)

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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