Celebrado o domingo de Pentecostes, recomeça neste início de junho o “tempo comum”. Ele vai se prolongar até o começo do advento, no final de novembro. Portanto, a maior parte do ano é coberta por este tempo, que agora passamos a viver, dia por dia.
O calendário litúrgico nos avisa que recomeçou o tempo comum, nos tranquilizando que ele vai transcorrer com segurança e sem sobressaltos. Pois é um “tempo favorável”, “tempo oportuno”, “tempo propício”.
Pois ao longo deste tempo, podemos de fato viver agora com tranquilidade, no contexto de nossa vida concreta, os bonitos mistérios celebramos nos momentos especiais do Natal, da quaresma e da Páscoa, cujo tempo se concluiu com este domingo de Pentecostes.
Olhando a sequência do ano litúrgico, vem à mente a comparação com a subida do avião. Os motores são acelerados ao máximo para vencer as resistências do peso. Aos poucos ele consegue ir subindo, até atingir o teto favorável para a travessia tranquila e sem esforço, mantendo-se na altura conveniente.
Assim o ano litúrgico. Ele nos conduz para as alturas do mistério pascal de Cristo, que nos coloca em comunhão com a plenitude do mistério de Deus. Atingida esta altura, fica mais fácil manter nossa vida em sintonia com os mistérios de Deus. Esta é a proposta deste “tempo comum”, que na verdade é o tempo propício para integrar em nossa vida os mistérios que a fé nos apresenta.
Ao se despedir dos seus discípulos, Cristo insistiu dizendo que se ausentaria por “pouco tempo”, e que depois, por “pouco tempo” o veriam de novo, e por outro “pouco tempo” teriam que aguardar sua nova vinda.
Por mais extenso que pareça o “tempo comum” que agora temos pela frente, Jesus nos alerta que, quando se trata de “tempo”, ele será sempre pouco. Tanto mais precisamos vivê-lo intensamente, para nos prepararmos a entrar na eternidade pela porta certa de nossa comunhão com Deus!