Edilberto 2015 blog

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“Ou se para de construir hidroelétricas na Amazônia, ou se perderá todo o bioma da região”… Este foi um alerta que saiu no seminário sobre plano energético do governo brasileiro e  o contraponto das energias alternativas. O referido seminário ocorreu neste último fim de semana em Santarém. Bioma significa o conjunto de seres que existem na região, entre outros povos, florestas, rios e animais. Participaram cerca de 130 pessoas entre universitários, membros de associações urbanas e rurais. O alerta tem sentido, ao se saber que o plano energético do governo federal prevê a construção de 85 grandes barragens na Amazônia, das quais 43 hidroelétricas só na bacia do rio Tapajós. A primeira delas já prevista para ser leiloada ainda neste ano é a de São Luiz do Tapajós, cuja barragem teria 36 metros de altura, 50 metros de largura e 7 quilômetros de comprimento, fechando o rio. Se os moradores do Tapajós permitirem vai gerar um lago de 732 quilômetros quadrados rio acima e grande rebaixamento do Tapajós abaixo até a cidade de Santarém. Seminário ocorrido no auditório da UFOPA na sesta feira passada foi organizado pelo Movimento Tapajós Vivo em parceria com a Universidade Federal do Oeste do Pará e teve prosseguimento ontem no auditório do Grupo de Defesa da Amazônia, GDA. Lá aconteceu uma oficina sobre as possibilidades que se tem na nossa região do uso da energia solar. Embora para muitos o custo de instalação pareça muito alto, o assessor Joilson explicou que os preços de placas solares estão baixando no mercado e a legislação está permitindo a conexão com a rede pública nas cidades e residências particulares no meio rural podem planejar instalar painéis solares com auxilia de bateria de acumulação para uso noturno. Assim podendo até ter sua geladeira, ventilador e lâmpadas acesas em suas casas.

O seminário e oficina sobre energia para a vida promovido pelo Movimento Tapajós Vivo em parceria com a UFOPA conseguiu mostrar que ao mesmo tempo que  não se pode conformar com os desastres da s hidroelétricas se tem alternativas de geração de energia sem destruir o ambiente. Entre outras  já é possível se gerar energia elétrica pelos ventos, a chamada eólica, pelo sol, a chamada  fotovoltaica, pela bio massa, com a queima de balaços de cana  e outros vegetais, e ainda pelo aproveitamento das ondas do mar. Para a região do Oeste do Pará a mais viável é a energia foto voltaica pela abundância de sol na região. O governo federal tenta iludir as populações para justificar os desastres das hidroelétricas alegando que a energia solar e eólica ainda são muito caras. Mas não acha caro gastar 30 bilhões de reais para construir Belo Monte, que ao final só vai servir a grandes empresas e às empreiteiras, que financiam campanhas eleitorais e exigem retorno com esses contratos bilionários. Para esse plano o governo vila a constituição brasileira, utiliza regras do tempo da ditadura militar para levar adiante os desastres sem levar em conta os direitos dos povos atingidos, como os indígenas, os ribeirinhos e as cidades próximas. Hoje, a cidade de Altamira e o rio Xingu são espelhos para os povos do tapajós se mirarem. Altamira que tinha cerca de 100 mil habitantes antes de Belo Monte, hoje está com cerca de 160 mil moradores num caos social e ambiental. Como diz o ditado: quando a barba do vizinho está pegando fogo, a gente bota a nossa de molho. É preciso impedir a construção da hidroelétrica de São Luiz e as outras, antes que seja tarde. E só os moradores de Santarém, Belterra. Itaituba e demais comunidades se unirem ao povo Munduruku para salvar o Tapajós e seus povos.

Obs: Coordenador da Comissão Justiça e Paz da Diocese de Santarém (PA) e membro do Movimento Tapajós Vivo.

Autor dos livros: Amazônia: o que será amanhâ? (Vol I e II) e Uma revolução que ainda não aconteceu

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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