preso a meu corpo preso a meu peso
preso a meu porto – meu endereço

preso a meu nome preso ao presente
a meu telefone – meu desespero

preso a meu ego preso a meu preço
ao que carrego e ao que careço

preso aos pesares preso aos prazeres
preso ao prosaico a pressões preconceitos

preso a prazos horários agenda
conta bancária – quanta corrente

preso a números e documentos
preso ao desprezo que sinto por eles

detento de tantos, exilado em mim mesmo
sou refém e carcereiro

tenho as chaves e as algemas
e entre grades que eu invento

me liberto
no poema

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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