Quanto encanto presenciamos nos sonhos e desempenho dos jovens com sua destreza, elegância, beleza!…
Quanto respeito e veneração deveríamos dispensar ao equilíbrio, experiência e sabedoria dos adultos e idosos!…
A juventude é efêmera. A maturidade é perene.
O nosso “irmão tempo”, usando a expressão do grande Santo de Assis “é inexorável. Passa igual para todos.”
Portanto, não é mérito ser jovem, nem crime, ser adulto ou idoso.
E acrescentamos ainda que é SENTENÇA DIVINA: nascer, crescer, envelhecer e morrer.
Entretanto, verificamos muitas vezes que esta inconteste realidade é ignorada, desconhecida, ou melhor, desrespeitada por muitos.
Pois, atualmente observamos com frequência nas repartições, empresas, na sociedade, no ambiente familiar e até nos conventos, uma injusta preferência pelos jovens.
Admitem-se e promovem-se constantemente candidatos a cargos, postos, gestão, pelo critério inescrupuloso do aspecto físico, envolvendo o que se intitula de “boa aparência”, isto é, rosto bonito, corpo escultural, sorriso contagiante, atração pessoal.
A verdadeira beleza e real valor não se encontram no exterior das pessoas, mas no fundo dos seus corações, no íntimo das suas almas, no segredo da sua consciência e inteligência.
Não queremos de forma alguma preterir, nem condenar a preferência pelos jovens, porque a eles poderão estar aliadas as mais belas, perfeitas e completas qualidades e virtudes, total preparo e pleno conhecimento exigido para um excepcional desempenho do seu serviço.
O que com certeza constitui a mais hedionda injustiça é o terrível prejudicar a ascensão profissional de um adulto, na maioria das vezes de conduta irrepreensível, vasto conhecimento da “história da vida” e invejável sabedoria. E ainda, que tanto já contribui para o crescimento do seu ambiente de trabalho, imputando-lhe apenas como empecilho, a IDADE.
Evoquemos aqui as palavras do Eclesiastes: Muitas vezes a INJUSTIÇA ocupa o lugar do DIREITO e a iniquidade ocupa o lugar da JUSTIÇA.
Que as oportunidades sejam concedidas conforme a capacidade de cada um, quer jovem ou adulto.
Lembremos que nada do presente prescinde do passado.
Todas as grandes invenções atuais fundamentam-se nas diretrizes primeiras dos seus idealizadores.
“O homem é o futuro do homem”.
Todas as flores do HOJE são sementes dos “ONTENS”.
O jovem precisa incondicionalmente da experiência, da orientação, do amor e do saber do adulto.
Não contemos a nossa idade pelos anos, mas pela aquisição de riqueza e do valor dos três “Cs” – Conhecimento, Caráter e Caridade.
Devemos prosperar sempre pelo autêntico merecimento e nunca pela injusta proteção.
Enfim, deixemos aqui em veemente apelo aos responsáveis pelo destino profissional dos trabalhadores:
Que sua preferência, escolha ou indicação seja justa e orientada pela lisura de suas íntegras convicções pessoais.
A JUSTIÇA alegra e agrada a Deus.
A JUSTIÇA é imposta e abençoada por Deus.
A JUSTIÇA É LEI DE DEUS E DOS HOMENS.
Obs: Texto retirado do livro da autora – Retalhos do cotidiano.