Malu Nogueira 15 de maio de 2015

2009-01-30_220800

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Fui tostada na terra quente,
taxada de sertão,
Tão carente d’água,
E que hoje, seca, agoniza sem forças.
Vi gente chorar
Por uma concha de água na boca.
Senti a dor da perda da semente,
Que não germinou.
Vi nos traços sofridos
Dos rostos chamuscados do sol,
a humilhação pelo descaso
de quem pouco caso faz do seu sofrimento.
E, na terra deserta que me gerou,
Fugi quando não vi o orvalho
Que não orvalhou a noite sombria.
E sem a chuva que traz fartura,
Que fecunda a terra clamante,
Vi as nuvens sumirem.
Aí, terra disforme,
que resiste a estiagem,
Sua gente e sua terra
Famintas desse rincão,
Abrem o olhar esgazeado,
Suplicando a Deus,
Que acabe com seca do sertão.
(31/10/11).

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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