Janaina Olhar oara o infinito

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Nos baldes e bacias espalhados pelo barraco, chorava a chuva latejante, corroendo-lhe o coração, nos muitos meninos e meninas que se encolhiam nos cantos. Cantos que levavam a pequena menina para o mundo dos sonhos, com tardes bonitas de bonitas nuvens. Atrevida menina, com olhos arregalados para o mundo, grandes olhos no rosto miúdo, gostava de matemática, cantar na igreja e, do alto do morro, espichar o negro olhar para o infinito, procurando alguém que fosse maior que toda aquela pobreza. E não é que ela encontrava? Dele ela gostava. Gente grande, com olhar macio e generosidade no amor – o amor que, quanto mais doa, mais tem para doar – o Ser grande, milionário no saber, com mãos que alcançavam suas inquietações, ela encontrava. Por ele se apaixonou, desde os 06 anos de idade, com ele, trocou olhares e carícias, nele, entregou suas inocentes confidências. Naqueles momentos, nada nem ninguém quebravam o encantamento da vida. Chorar a chuva, poderia acontecer, mas, a sua disposição, o céu dourado sempre estaria e nele se daria o mágico encontro entre a menina e o homem das nuvens. Disso ela sabia.

 Obs: Imagem: Janaína Dantas

 

 

 

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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