“ Nunca diga dessa água jamais beberei.”
Autor desconhecido
“… eu voltarei, acredite. Não se desespere. toda ida tem volta. Tudo que molha, Tudo que sobe, desce.”
Patrícia após ouvir aquela voz saiu do quarto cabisbaixa, deprimida, desconfiada, vazia de pensamento. Aos poucos as idéias foram surgindo, clareando. A razão se recompôs. Sem mágoas, sem rancor, o corpo e a alma postos à disposição. O corpo forte, firme. A alma comedida, alerta.
“A porta e janelas fechadas! Eu estava só! Quem então falou tão próximo de mim? Cheguei até sentir alguém respirar próximo a minha nuca. Meu Deus será que foi ele? Não acredito nessas coisas. Heleno está morto eu mesma fui ao enterro dele, como posso estar sentindo a sensação de que ele está próximo a mim? Na minha mente só me lembro da última conversa que tivemos antes da morte dele. “Voce não pode morrer agora. Lembre-se da nossa promessa. Quem for primeiro sem se despedir voltará para cumprir a promessa. Ele apenas me escutou e nada respondeu
Como posso ter escutado sua voz tão claramente? Devo estar estressada. Não pode ter sido ele. Também foram muitos os dias que passei ao seu lado acompanhando, de perto, seu sofrimento! Acho que deve ter sido por isso. Vou acender uma vela. Vou rezar um pouco.”
Mal terminou o Pai Nosso a vela se apagou.
“Não acredito! Por que a vela se apagou? Não tem corrente de ar neste quarto!”
E, de novo escutou a voz.
“Está esquecida do nosso trato? Não combinamos para voltar de onde estivermos para avisar ao outro se poderia voltar? Não poderei dizer onde estou, nem o que vejo.
“Meu Deus! È você mesmo, Heleno?”
“Sim, Heleno, seu namorado que continua a te amar em todas nossas vidas. Espere por mim. Em breve voltarei. Assim daremos continuidade a nossa união que por acidente alheio a nossa vontade nos foi privada.”