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John Henry Armstrong (Anthony Mackie) é um executivo de uma grande empresa, que é demitido ao expôr práticas de corrupção nos negócios. Para sustentar seu modo de vida desregrado, ele descobre uma forma inusitada de ganhar muito dinheiro: tornar-se reprodutor profissional. John só engravida mulheres lésbicas e, para tanto, cobra US$ 10 mil por garota. “Elas Me Odeiam, Mas Me Querem” do diretor Spike Lee mostra como o ser humano pode transformar sua realidade da forma como deseja. O nosso universo é humano e, como tal, pode ser construído e desconstruído de acordo com a visão de mundo do ser humano. Assim que nascemos, iniciamos um processo de educação, através do qual assimilamos valores e convenções sociais. O que nos esquecemos é que esses valores e convenções sociais são criações humanas e não verdades necessariamente absolutas. O amadurecimento humano começa com a reflexão sobre o que realmente desejamos desta existência e como queremos construí-la. Para isso, é necessário que o ser humano seja autônomo, em outras palavras, comece a analisar com sua própria consciência tudo o que a família, a religião, a sociedade, a educação formal nos transmite como padrão de comportamento. Na escolha livre do que desejamos viver está a beleza da existência. O problema reside nas pessoas que não se permitem ser livres e, exatamente por isso, não toleram a liberdade dos outros. São, muitas vezes, as pessoas medrosas que exigem dos outros um comportamento padronizado. Como são escravos de um sistema ou de um padrão querem que os outros também se mantenham escravos. A postura autoritária de muitas pessoas faz com que o direito individual da liberdade não seja respeitado. Em nome da moral e dos bons costumes, muitas pessoas acabam passando os limites de sua própria vida e invadindo o limite da liberdade do outro. Construir uma sociedade sadia é respeitar o estilo de vida do outro, desde que este não seja a limitação da liberdade dos demais. Viver em sociedade é muito simples, mas o ser humano tem a mania de complicar as suas relações. Tudo seria mais fácil e menos pesado se as pessoas facilitassem a vida dos outros deixando que elas simplesmente vivam. Aqui começa a máxima cristã do “ame ao próximo como a ti mesmo”. Amar meu próximo como a mim mesmo não é convencê-lo a viver como eu vivo, mas deixá-lo viver o que ele, de forma consciente, deseja viver. Se respeito suas opções estou amando meu próximo e permitindo com que ele seja. Afinal, amar significa se sentir bem com a felicidade do outro. Amar significa deixar com que o outro seja e possa se desenvolver da sua forma de se desenvolver e não da forma como eu queira que ele se desenvolva. Aqui está a contradição das religiões. A religião oficial deseja moldar a vida dos fiéis conforme regras morais como se estas fossem divinas. O que há de divino na mensagem religiosa é o amor. Quando as religiões impõem um comportamento que deve ser padrão, elas estão matando a capacidade divina de amar, elas estão matando a única força divina que existe no ser humano. A religião deve proporcionar às pessoas um ambiente, no qual o amor é desenvolvido. Infelizmente, o que as religiões estão fazendo é criar uma mentalidade de rebanho, na qual as pessoas deixam de pensar por si mesmas e acabam indo contra a seus próprios sentimentos bons. Se você deseja um mundo melhor, não entre no rebanho, seja simplesmente uma pessoa capaz de amar.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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