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          Escrever, hoje, nada feito. Aproveito o espaço para um comercial. Meu. Ou melhor, para o livro Dom Casmurro: a história que Machado de  Assis escondeu, de minha autoria. Não sei se fica bem sair da linha para uma propaganda. Temo pela reprovação da redação e o constrangimento que possa passar em ter um artigo devolvido, depois de sete anos de convivência quinzenal. Mas, não custa me arriscar. Lembro do filme em que a testemunha era vendedor ambulante. No meio do depoimento, deixou o fato para lá e começou a fazer a propaganda do material que vendia. Depois de alguns instantes, o juiz percebeu, colocando o ponto final. Ainda bem que na redação do Correio de Sergipe não há juiz.

            Bom, o livro, esclareço, procura mostrar a existência de uma história dentro da história que o personagem narrador, Dr. Bento Santiago, conta. É ponto inédito no meio de tudo que os analistas já escreveram sobre Dom Casmurro. Este o trunfo maior do livro, meu, ressalte-se.  Até agora, sou o primeiro a entrar nos meandros do romance machadiano por esta porta. Muitos já penetraram por outras portas, portões e janelas. Contudo, aludir a história, que o personagem narrador não quer ver cavada (o verbo é este mesmo), sou o primeiro. A busca, portanto, é da história que está enterrada. Este o grande desafio da minha pesquisa, que o livro materializa.

            Pode parecer, aos olhos do leitor, uma besteira gastar tanto tempo [levei uns quatro anos], trabalhando, não todo dia, mas de quando em quando, num livro sobre um drama de ficção, focalizando condutas de pessoas que nunca existiram, dentro de fatos que só ganham vida nas páginas do romance machadiano. Tem doido para tudo. Mas, foi divertido e valeu a pena, porque consegui – penso, o leitor pode achar que não, e aí terá de ler o livro -, que percorri o caminho correto, atracando no misterioso castelo construído pelo Dr. Bento Santiago (leia-se: Machado de Assis), para chegar até a sepultura, bem escondida, onde jaz a história que altera completamente a verdade que o romance desenha.

            Piso no freio. Estarei sendo muito pretensioso? Não duvido que me exalto agora e, depois, o leitor examina o livro, coteja o que afirmo, e fala em blefe, em farofa, em propaganda enganosa. Quem sabe lá?! Mas, esclareço: me apoio nas assertivas feitas no texto de Dom Casmurro, citando-o em itálico, indicando o número do capitulo e o título, para a comparação do leitor.  A tática é essa: afirmar uma verdade e segurá-la nas rédeas do próprio do romance. Nem mais, nem menos. No romance, bem escondida, na sepultura de sete metros – haja força para cavá-la! -, está a história, leia-se, a verdade, tão diferente da que o personagem narrador derramou em suas memórias.

O leitor pode abrir espaço para adquirir o meu livro. E, para os que não sabem, lançamento na sexta-feira próxima, dia 24, a partir das 17 horas, na sede da Academia Sergipana de Letras, rua Pacatuba, 288,  nesta. Por fim, pedido a Claudia Lemos: não vete este artigo, que eu lhe mando o exemplar prometido.

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Membro das Academias Sergipana e Itabaianense de Letras

Obs: Publicado no – O Correio de Sergipe –

 

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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