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Quando pensamos em Natal, logo nos vem à mente a comemoração do aniversário de  nascimento de Jesus. É uma data em que se reúnem os familiares e as pessoas mais próximas em festas, ceias, almoços e trocam-se presentes. Entretanto, nos primeiros três séculos de existência do cristianismo, não se comemorava esta data. Apenas no século IV, o Papa Júlio 1º instituiu a data de celebração do nascimento de Jesus como sendo 25 de dezembro, introduzindo a celebração do Natal em substituição à festa pagã onde se celebrava a volta do Sol em pleno inverno do Hemisfério Norte. Assim, pouco a pouco a Igreja foi moldando essa celebração até a antiga festa romana, em homenagem ao deus Mitra, antiga divindade persa que se aliou ao sol para obter calor e luz em benefício das plantas, foi sendo substituída pela adoração e reverência ao Deus Menino, Jesus, O Salvador.
Mais antiga ainda era a festa em homenagem a Saturno, o deus da agricultura que, com o tempo, se amoldou a Mitra e chegou a ser uma das principais festas religiosas até então. Com a determinação da substituição da veneração ao Sol pela veneração ao Salvador, o Papa Júlio acabou dando origem àquela que se tornou uma das mais coloridas celebrações da humanidade, a maior festa da cristandade, a maior festa da civilização surgida do cristianismo no Ocidente. Essa festa acompanhou a universalização do próprio cristianismo e hoje é comemorada até mesmo no Oriente, onde os cristãos são minoria. É uma festa abrangente, calorosa, envolvente.
Ninguém fica imune a esse período, mágico para muitos, carregado de simbolismos e de fantasias. Até mesmo aqueles que criticam as influênciasnorte-americanas, com o Papai Noel vestido de lã vermelha e viajando pelo mundo num trenó puxado por renas voadoras, os pinheiros repletos de enfeites coloridos, as grandes e fartas ceias e os presentes trocados, numa alusão direta ao consumismo capitalista. De uma forma ou de outra, todos acabam se rendendo e comemorando.
Nos lares, especialmente onde existem crianças – e também idosos, principalmente em decorrência das lembranças dos velhos tempos – enfeitam-se árvores de natal, naturais ou artificiais, armam-se presépios, coloca-se um enfeite nas portas de entrada, enche-se as fachadas das casas de luzinhas e todo o período que antecede a data é passado organizando a festa, ou a ceia familiar, organizando listas e comprando presentes, preparando-se festas…
Não posso deixar de comentar que, se do lado religioso, as pessoas se preparam para comemorar o nascimento de Jesus, do lado pagão, que envolve os enfeites, os presentes, as festas, tudo isso não acontece com freqüência nas residências menos favorecidas, onde muitas vezes falta o básico para a sobrevivência da família. A miséria exclui e evidencia as diferenças que os separam dos mais abastados.
Na verdade, nós consumimos muito mais do que precisamos para viver e esta seria a época ideal para decidirmos compartilhar – não apenas no Natal, mas durante todo o ano – com os mais pobres um pouco daquilo que temos em excesso. Dessa forma contribuiríamos para diminuir as diferenças e para tornar um pouco menos árida a já tão difícil vida dos menos afortunados. Aí, sim, estaríamos entrando no verdadeiro espírito natalino e no ensinamento maior de Jesus que é “amar ao próximo como a si mesmo”!

Obs: Imagens enviadas pelo autor

Que a magia do Natal
 
invada sua vida e provoque revoluções,
 
com paz, saúde, alegrias, amor
 
e grandes realizações!

Zécarlos
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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