Cheguei da 25ª Semana Nacional de Liturgia, realizada em São Paulo – SP, cujo tema deste ano foi “JUVENTUDE E LITURGIA”, evento aberto a todos os que trabalham e vivem a liturgia como, padres, bispos, religiosos/as, leigos/as, catequistas, que exercem funções ministeriais ou catequéticas em comunidades paroquiais ou formativas, tendo sido uma semana riquíssima em reflexões, orações, descobertas, perplexidades e principalmente em conscientização.
Os encontristas perfaziam um total de 220 pessoas contituídas por acessores, jovens, padres, bispos, religiosos/as e leigos/as, pessoas estas, enviadas por Igrejas de quase todos os Estados do Brasil, com exceção de Pernambuco que não mandou nenhum representante, haja vista que eu e Jeane, mesmo sendo de Recife, sempre participamos independentemente de vinculação com a nossa paróquia e muito menos com diocese, mas, tão somente movidas pelo amor à Liturgia e para melhor exercermos o nosso ministério litúrgico-pastoral na paróquia e nas comunidades, situação diferente dos demais participantes do evento, que foram encaminhados por aquelas instituições paroquiais ou diocesanas, onde exercem seus ministérios litúrgicos ou pastorais.
Embora esta 25ª Semana de Liturgia tenha tido uma proposta dirigida aos jovens, não havia predominância numérica desse seguimento, podendo-se afirmar que houve equilíbrio entre os participantes jovens e os demais, nesse encontro tão diversificado em idade das pessoas. Entretanto, uma coisa me despertou a atenção nessa diversidade cronológica. Refiro-me ao ufanismo demonstrado pela juventude presente, não sei se por ter esta preciosa oportunidade de se ver como protagonista de uma reunião tão importante ou por imaginar que ali estando em grande número, poderia, de alguma forma, influenciar os rumos da Liturgia para adaptá-la às suas práticas celebrativas ou aos seus desejos e interesses, que, de modo geral, nem sempre estão necessariamente em conformidade com as práticas e as diretrizes da Liturgia considerada em toda a sua dimensão, enquanto cume e vida da Igreja, bem como, instrumento para a verdadeira espiritualidade.
Porém, à medida em que iam acontecendo os estudos formativos, as palestras, as reuniões em grupos, as celebrações, os laboratórios de vivências dos ritos, os depoimentos e experiências pessoais, notei que começou a cair a ficha para os jovens, mas também para os demais, que aos poucos iam despertando para o verdadeiro sentido da liturgia, em que “a obra de nossa redenção se realiza” *(MR, 1); e a obra da salvação continua na Igreja pela Liturgia” **(SC, 6).
Dentre esses momentos formativos, destaco a apresentação dos trabalhos, os depoimentos e as experiências dos jovens formados pela “Casa da Juventude” de Goiânia – GO e que lá estavam, já como formadores em Liturgia e puderam mostrar o trabalho litúrgico desenvolvido na citada “CAJU”, destinado aos jovens, numa demonstração de que a Liturgia da Igreja é plenamente possível de ser praticada e até compreendida e amada pela juventude, desde que haja a iniciação nesse processso litúrgico formativo.
Na minha opinião, essa apresentação, juntamente com os depoimentos e as amostras através de slides, tudo feito por jovens da “CAJU”, foram decisivos para mudar a compreensão da juventude ali presente, haja vista que as gerações se entendem melhor quando se igualham em idade, o que é perfeitamente compreensível.
Desta 25ª Semana de Liturgia, cheguei à conclusão de que houve realmente uma conscientização por parte dos jovens e também por parte dos demais, de que a formação é condição essencial e indispensável, sem a qual não é possível compreender o sentido da Liturgia para poder-se exercer os ministérios litúrgicos da Igreja. Nisto incluem-se as práticas celebrativas, especialmente as celebrações da Eucaristia e dos demais sacramentos, bem como a música ritual que as acompanha como parte integrante dos ritos.
Faz parte do final de cada Semana de Liturgia, a assembléia participante apresentar temas para a semana do ano seguinte. Como esses encontros são feitos nos moldes de seminários, em que os estudos levam às conclusões, daí resultou que os presentes é que deveriam lançar os assuntos, os quais depois de condensados e escolhidos seriam submetidos à votação pela própria assembléia. Isso posto, dentre os muitos apresentados, resultaram alguns temas e entre eles o mais votado foi:
“A SACROSSANTO CONCÍLIO: AVANÇOS, RECUOS, PARTICIPAÇÃO”.
Em que pese este tema já ter sido anteriormente objeto de uma outra semana de liturgia, todavia, achei a escolha muito pertinente, tendo em vista os cinquenta anos do Concílio Vaticano II, em que devem ser debatidos todos esses problemas que tanto afetam a Liturgia da Igreja. Vi na escolha daquele tema, o bafejo do mesmo Espírito que iluminou e animou a Igreja para a realização do CONCÍLIO VATICANO II, que foi o grande evento reformador e evangelizador da Igreja Católica Romana no século XX.

*(Missal Romano, 1).
**(Sacrosanctum Concilium, 6).

Obs: Imagem enviada pela autora.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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