A oração se constitui num fato marcante da vida de Jesus para os discípulos. Quantas vezes esses discípulos puderam contemplar Jesus em oração! Eles experimentaram isso de maneira muito forte. Todos sabiam que a primeira comunidade de Jesus, a comunidade dos apóstolos, era fruto da oração de Jesus. Antes da escolha dos doze, ele passou a noite em oração a Deus. Assim narra o Evangelho de São Lucas: “Naqueles dias, Jesus foi à montanha para orar. Passou a noite toda em oração a Deus. Ao amanhecer, chamou os seus discípulos e escolheu doze entre eles, aos quais deu o nome de apóstolos” (Lc 6,12-13). Os Evangelhos também lembram que, muitas vezes, Jesus ia para a montanha ou se retirava a lugares solitários ou desertos a fim de rezar.
Essa experiência vivida e testemunhada por Jesus encantou os apóstolos. São Lucas diz que um dia, Jesus estava rezando em certo lugar. Quando terminou, um dos discípulos pediu: “Senhor, ensina-nos a rezar, como João também ensinou os discípulos dele”. Jesus passa, então a ensinar-lhes a oração do Pai nosso, dizendo que devem falar com Deus Pai como alguém com quem se fala e, não como uma idéia vaga e impessoal. Jesus ensina um novo jeito de se relacionar com Deus, mostrando que Ele não está distante de nós, mas bem perto, como um Deus com quem podemos conversar. Afinal, ele não é o Emanuel, o Deus-conosco? Assim o anjo o definiu no momento da anunciação. O encanto provocado pela oração de Jesus estava no fato de que a sua oração tinha vida, tinha alma! Era diferente das orações a que estavam acostumados. Cerimônias mortas e frias.
Pela encarnação de Jesus Cristo, Deus se fez um Deus humanamente presente, e começou a se relacionar de um jeito totalmente novo, diferente do modo como se manifestava no Antigo Testamento, entre trovões e relâmpagos. Assim, a oração do Pai Nosso traz a marca da novidade no relacionamento das pessoas com Deus, um relacionamento amoroso. O próprio nome com o qual Jesus chama Deus exige de nós um relacionamento novo, porque um relacionamento de amor: Pai!
O Pai Deus a quem Jesus se refere é um Deus intimamente presente, interessado na vida de cada um de nós. Pai meu, seu, nosso. Que maravilha! A expressão “Pai Nosso” nos lembra que Deus é comunhão. Ele dispensou seus títulos de Criador para ser nosso Pai, como é o Pai de Jesus Cristo e o Pai de todos os nossos irmãos. “Pai nosso, que estais nos céus, santificado seja o vosso nome, venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu”. Assim nos colocamos confiantes sob o cuidado amoroso de Deus, o nosso Pai.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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