O governo brasileiro dito democrático, invade a Amazônia e só pára quando forças organizadas exigem respeito. Os indígenas Kayabi, munduruku e Apiacá dão exemplo aos não índios, de como ter respeitados seus direitos. Invadidos pelo governo federal que tem plano de construir hidroelétricas no rio Teles Pires, os povos indígenas, liderados por Munduruku e companheiros, fizeram reféns 6 funcionários do governo e exigiram presença de manda chuvas de Brasília para ir lá nas terras deles para negociar. Sua exigência principal: Não querem barragem no rio que lhes garante a vida. Ou param com o projeto hidroelétrico lá, ou eliminarão os 6 funcionários. O governo federal compreendeu que os índios não estavam brincando e enviou um emissário da presidenta para dialogar. Não se sabe ainda o que o emissário da presidenta garantiu aos resistentes Kayabi e companheiros, mas já se sabe que os reféns foram libertados. Os indígenas esperam que o governo tenha palavra de honra e respeite os direitos violados. Este episódio merece algumas reflexões: a) os indígenas tinham razão e direito de exigir respeito do governo? B) diante da violação de seu território, propriedade, os munduruku e companheiros agiram corretamente ao exigir diálogo direto com representante da presidenta? c) se o governo não tivesse atendido as exigências dos indígenas prejudicados, eles estariam certos em eliminar os reféns? d) Se o governo federal não atendesse ao chamado à negociação os indígenas deveriam baixar a cabeça, soltar os reféns e aceitar a violação de seus direitos? Quem está de fora da questão das invasões do governo federal com seus planos de usinas, em Belo Monte, Tapajós, Teles Pires e outras, pode até achar que os Apiaká, Munduruku e Kaiabi estejam errados, mas só quem já foi ferrado de arraia, sabe a dor que sofre e busca remédio O governo brasileiro precisa aprender a respeitar os direitos dos indígenas, ribeirinhos, quilombolas, enfim, dos povos da Amazônia. Uma boa lição deram os apiaká e os companheiros aos moradores dos rios Xingu e Tapajós, inclusive Santarém.
* Pároco diocesano e coordenador da Rádio Rural AM de Santarém
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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