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O Evangelho nos reporta ao primeiro encontro de Jesus com aqueles que depois seriam seus discípulos missionários, seus apóstolos. O encontro se dá à beira do mar da Galiléia, depois de uma noite de trabalho inútil, e uma pescaria sem êxito. Jesus subiu num dos barcos, o de Simão, e de lá ensinava às multidões. Depois disso, Jesus mandou que lançassem as redes mais para o fundo. Pedro criou certa resistência e falou para Jesus: “Mestre, trabalhamos a noite inteira e não pegamos nada. Mas, pela tua palavra, lançarei as redes” (Lc 5,5). E aconteceu o milagre. A pesca foi extraordinária. Tamanha foi a quantidade de peixes que as redes se rompiam. Ao final da experiência Jesus disse a Simão: “Não tenhas medo! De agora em diante serás pescador de homens!” (Lc 5,10). Depois de levarem as barcas para a margem, deixaram tudo e seguiram a Jesus.
Anos depois, acontece uma cena parecida. Jesus havia ressuscitado, mas os discípulos não tinham ainda um programa de vida. Estavam como que perdidos… Para não ficarem “de bobeira”, Pedro tomou a iniciativa dizendo: “eu vou pescar”! E os outros aderindo à idéia, disseram: “vamos também contigo”, e o acompanharam.
Ao amanhecer, Jesus ressuscitado aparece. Haviam tentado a noite toda e não pescaram nada. Nenhum peixe sequer. O Ressuscitado entra em ação como havia feito anos antes, quando mal eles o conheciam. A orientação foi a mesma: “Avança mais para o fundo. Lançai a rede à direita do barco e achareis”. A pesca foi novamente maravilhosa.
Trata-se de um momento de intimidade. No mesmo lugar do primeiro encontro e em circunstâncias parecidas. Sentem, experimentam profundamente a presença de Jesus. O Filho de Deus providenciou pão e acendeu o fogo. Pediu um peixe para assar. Juntos fizeram uma refeição improvisada. Ninguém ousava perguntar; quem és tu? Experimentavam, porém, uma alegria incontida. O silêncio era preenchido pela presença de Jesus.
A Páscoa não é um dia, mas cada dia. E quando realmente a celebramos, vivemos a vida nova da presença de Cristo em nós. Sentimos sua presença suave e serena.
Cristo está presente, vivo e ressuscitado! E ele está a nos dizer: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, eu entrarei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo” (Ap 3,20). Abrimos a porta ou ficaremos privados de sua companhia.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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