Paula Barros 13 de setembro de 2011
Viajava e a cada visita na horta se enchia de palavras. Colhia e escrevia. Perfumava-se de inquietudes e dava uns passos a frente. Foi deixando nas gavetas das cômodas as memórias rabiscadas em toalhas de vento. Começou uma nova safra, pensou tratar-se de uma colheita de sete dias, entre chuva e sol, dia e noite, um só semeador, híbrido de outros. A colheita foi interrompida, os grãos plantados nela não floresceram. Ela não germinou, não cresceu, não floriu. Não foi feita a sua colheita. A mais esperada. Depois desse período, na terra prometida, o solo tornou-se árido. As chuvas ficaram escassas, o sol tornou-se ausente. A andarilha sentiu ressecar os pés.
Obs: Imagem da autora (Foto de Portugal)
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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