Ronaldo Coelho Teixeira 13 de setembro de 2011
Querer e desejar. Eis uma encruzilhada que insiste em divisar a nossa vida. E tudo porque a nossa existência oscila sempre entre esses dois verbos, mesmo havendo uma diferença gritante de um para o outro. Diferença essa que pode, ao final, apontar o sucesso ou o fracasso de cada um nessa existência.
Sim, porque a maioria de nós passa a vida inteira mais desejando do que querendo. E simplesmente por ser o primeiro o mais fácil. Quantos não desejam ser um artista reconhecido, ou ter uma profissão bem remunerada, ou ainda possuir aquele carrão da hora?
O diferencial é que enquanto apenas desejamos, não fazemos o esforço necessário para conseguir tal objetivo. Ou seja, o velho desejo – renovado a cada diferente sonho – fica sempre na mesma, ou seja, uma eterna quimera.
Vivemos, então, entre a dificuldade de querer e a facilidade de desejar. Não será porque no primeiro reside a força e, no segundo, a fraqueza? E assim, geralmente afastamo-nos da sorte porque, como já foi dito, ela é nada mais, nada menos, do que o encontro da preparação com a oportunidade.
Nós, que queremos ter e ser tudo no agora, esquecemos daquele outro ditado que diz que a primeira condição para ser alguma coisa é não querer ser tudo ao mesmo tempo. E, nesse embate, não poderia deixar de inserir o fracasso, pois a história humana comprova que há mais desistentes do que fracassados.
Eis aqui o desafio que surge à nossa frente: vamos continuar sendo apenas como a maioria, ou seja, tendo apenas desejos, ou vamos imitar as grandes pessoas que têm metas? Afinal, como aquela, corremos o risco de sermos eternos morto-vivos.
Por fim, Gibran há muito já prenunciava a necessidade de se harmonizar essa questão, quando afirmava que “o desejo é a metade da vida; a indiferença é a metade da morte”. Então, você vai tentar querer a partir de agora ou vai continuar apenas desejando?
Obs: Imagem enviada pelo autor.
(Ilustração: hermeneuticamente.wordpress.com)Texto retirado do livro do autor – Surtos & Sustos

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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