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Ninguém na estrada, nem mesmo os ruídos. Há mergulhos de silêncio em minhas mãos. Por ti, apenas me deixo sem saber se sou eu, se me bastaria o caminhar. Deito meu dorso de caminhante em teu ventre – sou fruto, sou dor, sou tuas entranhas. A solidão é o horizonte mais próximo, talvez dentro de mim. Sim, deixo-me como exercício de alegrias, de cantorias, de descanso. Tenho medo, pois sangra na terra a possibilidade do permanecer e pulsa na pele a ardência de teu olhar. Já é noite, sou pura entrega. Vã toda a tristeza que em mim chora.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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