20 de setembro de 2011
Gostava de se ler, assim mesmo, em páginas em branco. Pouco tempo se passara desde que adentrou nesse plano e tudo estava para ser escrito. O período era de expectativas: um dia qualquer, num mês qualquer , e, a vidinha no morro, continuava na mesmice de sempre, vivida na sua meninice sem fartura , sem beleza e poucas perspectivas na vida da menina que apenas sonhava com alguém que fosse maior que tudo aquilo, maior que a mediocridade daquela vida de tantos medos. E, de tanto ter medo da fome, engolia tudo que lhe aparecia, inclusive o vento e a presença do outro, sem se dar conta de sua maior fome. Num único dia, pronto, perdeu-se de si, perdeu-se dos sonhos
e…
para fugir da solidão ela dormia, dormia entorpecida, mascarando a dor, mas não queria morrer, queria acordar noutro lugar e encontrar, naquela vida mesmo, o Santo que, alguém lhe disse, mostrava o caminho onde se podia encontrar pão e amor. E mais não teve.Dormiu…
E mais, não sonhou.
Obs: Imagem da autora.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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