Um grupo de estudantes de 3º ano de nível médio, numa cidade da região Norte, foi questionado pelo palestrante sobre o que chega em sua mente quando ouve a palavra Amazônia. Duas respostas chamaram a atenção, uma jovem, filha de um madeireiro respondeu que na mente dela vem logo a palavra – dinheiro. Um jovem disse que na mente dele vem a palavra – floresta. Outros ficaram calados e pensativos.
Estas são duas lembranças juvenis, que devem ser de tantos outros, jovens e adultos. Nos jovens essas lembranças dependem das influências que recebem de seus pais e de professores com os quais estão em contato diário. A Amazônia, hoje tão discutida, cobiçada, saqueada e pouco defendida, é assunto de muitas notícias, estudos e interpretações.
Hoje a data oficial é o dia da Amazônia. Foi instituída em 2007, pelo então presidente Lula, com a intenção oficial de “com urgência defender a Amazônia e proteger o meio ambiente”. O presidente que a instituiu foi o mesmo que estimulava o avanço do agro negócio na Amazônia e aceitava já o plano da Eletronorte de construir 38 grandes hidroelétricas na região. O discurso era um, para inglês ver e ouvir e a prática já era outra, gerar energia “limpa” á custa dos povos e meio ambiente da grande região.
Com tal mal exemplo federal, não surpreende que, em nome do “dinheiro”, como disse a jovem, governadores da Amazônia sigam a mesma linha. Construir uma grande ponte justamente sobre o patrimônio natural do encontro das águas em Manaus; que estejam destruindo a dinâmica do rio Madeira em Rondônia, com aprovação de seu governador; que a polícia do Pará nunca prenda assassinos profissionais e seus
mandantes madeireiros e grileiros.
Finalmente, apesar do dia da Amazônia, instituído em 2007, quando já tinham sido derrubados 98 mil quilômetros quadrados de florestas e desde lá até hoje, mais 25 mil quilômetros foram derrubados apesar de tudo isso, não se pode ficar indiferente. Daí que se pergunta, no dia da Amazônia o que se vai fazer? Aplaudir? Chorar? Ou resistir? De que maneira?
* Pároco diocesano e coordenador da Rádio Rural AM de Santarém.
Obs: Editorial escrito em 05.09.2011
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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