resomar 13 de setembro de 2011

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Um sabor de saudade impregnado no olhar que não consegue prosseguir,
ruídos no coração naquela estrada de terra a sangrar impossibilidades da semente evidenciar vida,
sonho no peito aberto que se derrama na face retorcida,
mãos entrelaçadas de fome e medo…
Na dor invisivel e contraditória a memória soluça (in)certezas…
Riscas nos muros das praças retalhos da lua,
poemas gerados em trânsito anônimo onde a morte salpica desvelando verdades,
melodia que interrompe o silêncio,
turbulências assustadas a explodir gargalhadas enauseadas de melancolia…

Nada me parece ser…
Nada me abala na escuridão dos sentimentos…
Nada ignoro no desespero da solidão…
Nada adormece n’alma se os desatinos em delírio respiram no compasso do amor…

Nas curvas da insônia um instante sussurra desengano,
mãos suadas embotadas de confrontos intermináveis,
apressados vultos na encruzilhada de ilusões,
fragmentos expostos e cristalizados…

Deixa-me afogar tuas emoções na brisa que nos persegue,
desejo de iluminar a opacidade do abandono que se fez palavra ausente,
cacto andarilho no inconsciente aquecido do aroma a respirar a morte,
farelo de fruta apodrecido no lixo a ser disputado em taças rachadas,
tapete descolorido,
marcas de portas febris,
estrelas ausentes…

Deixa-me voar sem rumo…
Na liberdade colho o vigor da plenitude que não se abala na saliva amarga…

No desafio agonizante de lutas, transborda o corpo sonolento e escoriado de injustiças,
flor que desabrocha vitoriosa na insensatez de balas comprometidas,
braços amputados no (des)encanto intolerante de sentenças caducas em grades empoeiradas,
paz perseguida na fogueira grávida de gestos que enterneçam a noite escura…

27.02.2010 – 17:32h
Obs: Imagem enviada pela autora.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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