Neste domingo dia 21 de agosto a Diocese de Jales realiza sua 27ª romaria diocesana, para celebrar seu aniversário, recordar sua história, e se colocar em sintonia com as realidades que cada ano apresenta.
        O seu lema desta vez – IGREJA EM RENOVAÇÃO A SERVIÇO DA VIDA – foi escolhido com a clara intenção de vincular a romaria com o Concílio Vaticano II.
       Estamos próximos dos 50 anos da primeira sessão conciliar, realizada em 1962. Este concílio foi de tal importância para a vida da Igreja, que a CNBB, em sua última assembléia, achou por bem recomendar um tempo largo, quatro anos, para recordar o Vaticano II, com a intenção de perceber quanto ele ainda continua sendo atual e necessário, sobretudo para balizar nossa ação pastoral, mas também para nos situar no contexto mais amplo da caminhada da Igreja Católica nestes últimos anos.
       De certa maneira, a Diocese de Jales se antecipa à recomendação da CNBB e inicia já neste ano, com a romaria deste domingo, uma fecunda celebração deste vasto acontecimento, que foi o Vaticano II. De tal modo que a celebração de agora, possa se assemelhar ao próprio evento de 50 anos atrás, recriando o ambiente de alegria e de esperança, que tanto marcaram aqueles anos.
       A Diocese de Jales tem motivos especiais para recordar o concílio, e à luz dele reconhecer sua própria caminhada.
       Acontece que diversas circunstâncias históricas vinculam a Diocese com o Concílio Vaticano II. Elas são muito expressivas, e a Diocese sempre faz questão de ressaltá-las, reconhecendo-as como muito simbólicas e providenciais.
       A Diocese de Jales foi criada no dia 12 de dezembro de 1959, pelo Papa João 23. À primeira vista, nada de especial. Mas na verdade, cada circunstância traz um simbolismo muito interessante.
       Doze de dezembro é o dia de Nossa Senhora de Guadalupe, a Padroeira da Igreja da América Latina, o continente que prontamente se abriu ao Concílio e acolheu suas recomendações, empreendendo uma bonita caminhada de renovação eclesial.
       Acresce que 1959 foi o ano do anúncio do Concílio, a 25 de janeiro, no encerramento da semana de orações pela unidade dos cristãos, uma das causas que mais influenciaram nos trabalhos conciliares.
       E o Papa João 23, que assinou o decreto de criação da Diocese de Jales, foi o Papa do Concílio.
       Portanto, um batismo conciliar com diversas testemunhas, todas atestando a vocação da Diocese de Jales, de fazer do Concílio a sua inspiração maior, e de seus ensinamentos um roteiro de renovação eclesial. Como diocese, temos uma clara vocação conciliar, e um sério compromisso de pronta adesão à inspiração original que levou João 23 a convocar o Concílio com propósitos tão generosos, que certamente necessitam agora do respaldo e da comprovação da experiência.
       Nestas coincidências históricas, a Diocese de Jales encontra de fato uma boa motivação para moldar sua caminhada à luz do Concílio. Mas não é só por causa disto. O Vaticano II continua sendo uma referência indispensável para toda a Igreja. Quanto mais seu evento parece se diluir no horizonte da memória, e desaparecer nas dobras da história, mais precisamos resgatar a validade de suas profundas intuições, que se traduziram num dos concílios, certamente, de maior envergadura de toda a história da Igreja.
       Para comprovar a validade do Vaticano II, nada melhor do que as palavras acertadas e contundentes do Papa João Paulo II, na Tertio Millenio Ineunte: “Sinto ainda mais intensamente o dever de indicar o Concílio como a grande graça que beneficiou a Igreja no século XX: nele se encontra uma bússola segura para nos orientar no caminho do século que começa”.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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