Na memória amordaçada tuas mãos envelhecidas e pássaros silenciosos;
 pensamentos desbotados pelo tempo limite da existência que se debruça para saber onde o teu olhar se perdeu em riscos enlouquecidos, ânsia de gritos e soluços em busca de ternura…


Basta-me a penumbra de teus passos na canção de despedida; palavras emudecidas no invisível amargo sentimento de solidão…
Basta-me anoitecer em tua alma vacilante, miragem de tempestades em labirintos distorcidos no abandono, pés feridos no espanto de lágrimas, boca sedenta, amor retalhado na ausência de sonhos…

Na memória naufraga a vida em sutis lamentos, esquecidos vestígios transtornados no ventre sagrado de um delírio tecido no outono marcado pela distância…
Sangra na beleza grávida, atitudes travadas, gestos mergulhados no crepúsculo da saudade…

Deixa-me chover em tuas noites inebriadas de nostalgia…
Deixa-me atravessar tua opacidade nas longas madrugadas insones e desperta-me no calor de teus acordes para que o amanhã seja além do brilho de nossas cicatrizes…

08.04.2011 – 20:50h

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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