No dia 28 de junho último, o Papa Bento XVI inaugurou o novo portal da Santa Sé, com o endereço news.va, usando não um computador comum, mas um tablet, de última geração. Assistia o Sumo Pontífice o presidente do Pontifício Conselho para as Comunicações Sociais, o arcebispo Cláudio Maria Celi.
          Foi esse mesmo arcebispo que, nos dias 12 a 17 de julho passado, presidiu o I Seminário de Comunicação para Bispos, promovido pela Arquidiocese do Rio de Janeiro. Éramos 74 bispos de todo o Brasil, interessados no tema “Comunicação e Evangelização no contexto das transformações culturais, provocadas pelas novas tecnologias”. Além de Dom Celi, tivemos grandes mestres da comunicação, em nível mundial, como o bispo mexicano Guilherme Ortiz, o jesuita Antônio Spadaro, diretor da revista “La Civiltà Cattolica” e o Prof. Javier Restreppo, da Colômbia. Do Brasil, ouvimos vários doutores ou com mestrado em Comunicação de várias Universidades brasileiras, de São Paulo, do Paraná, de Brasília e outros. Fez-nos interessante palestra sobre crimes na internet a Delegada da Polícia Civil do Rio, Dra. Helen Sardenberg. Uma mesa redonda reuniu as televisões católicas do Brasil: Rede Vida, Canção Nova, Aparecida, Século XXI, Terceiro Milênio, Horizonte, com uma apresentação da SIGNIS, que é o órgão da Igreja do Brasil para a comunicação. A Dra. Letícia Soberon falou-nos sobre a RIIAL (Rede da informática da Igreja na América Latina). Estava presente também o responsável pelo programa brasileiro da Rádio Vaticana, que nos falou sobre a Rádio do Papa.
          Dentre as muitas e enriquecedoras idéias, que nos foram transmitidas naqueles dias no Centro de Estudos do Sumaré, tentarei destacar as mais importantes. As tecnologias que chamamos de novas, não o são para os jovens de hoje, que pertencem à geração da informática. O Papa adverte-nos que a cultura moderna está baseada nessas tecnologias, que constituem um desafio para a missão evangelizadora da Igreja. Precisamos saber falar ao jovens de hoje de nossas grandes cidades, que passam mais tempo diante do computador do que mesmo diante do televisor e sobretudo dos livros. Na internet, eles encontram tudo: informação, diversão e até sexo virtual. O homem moderno não dispõe apenas dos quatro clássicos meios de comunicação de outrora: imprensa, cinema, rádio e televisão. Hoje, são inúmeras as formas de comunicação que a moderna tecnologia oferece, desde a internet, o twitter, o facebook, o MSN e os vários aparelhos à disposição, como o IPad, IPod, Smarthphone, Tablets e tantos outros… A evangelização precisa da comunicação e a Igreja precisa estar presente nestes, que chamamos ainda novos meios de comunicação. Comunicar é convidar, não é convocar. Toda a pastoral tem que ser pensada em chave de comunicação. Existe uma cultura da comunicação, que precede a evangelização. A Igreja tem uma missão de fidelidade à verdade. A verdade é divina e ganhou expressão humana em Jesus Cristo, quando Ele disse: “Eu sou a verdade!” Comunicar é subsistir, é a arte de saber falar com o indivíduo, com cada uma das pessoas que me escutam. A internet não é apenas um meio de comunicação, mas passou a ser um ambiente de vida, onde as pessoas se encontram – dizia o Pe. Spadaro. A Igreja tem que entrar em diálogo com este mundo da comunicação, para transmitir-lhe a verdade que é Jesus..
          Visita de particular interesse e importância foi a que fizemos ao famoso PROJAC, como é conhecido o Centro de Produção da Rede Globo em Jacarepaguá. Visitamos os estúdios de gravação das tele-novelas e boa parte das cidades cenográficas, que constituem aquele grande complexo de produção televisiva.
          Fica-nos a convicção de que, seguindo o exemplo de Bento XVI, a Igreja precisa urgentemente saber utilizar esses meios de comunicação para poder evangelizar o homem de hoje, sobretudo os jovens.
(*) É arcebispo emérito de Maceió.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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