15 de agosto de 2011
Já tive mil amores. Na verdade nem tive tantos assim. Os que tive, ainda cabem nos dedos da minha mão. Amores vem e vão. Muito embora compreendo que vivenciamos isso uma vez ou milhares. Como tudo que passa são histórias que ficam. Fragmentos que tecem uma longa colcha de experiências. Práticas para entender o coração. De tudo o que é certo, não se vive uma vida inteira sem romance algum, sem nunca amar ou devotar algo ou alguém acima dos demais sentimentos. Ninguém, nem mesmo o tirano mais cruel, possui o álibi de dizer que nunca amou. E se falo de relacionamento, e que em algum instante, haverá o amor de temporada, o constante e talvez o eterno, apesar de que hoje em dias os amores se tornaram tão banais.
Entre minhas experiências pessoais tive vários amores de temporada. Foram relacionamentos que duraram tempo suficiente e que se consolidaram sempre pela minha vontade de aprender um pouco mais sobre a personalidade de quem estava comigo. Alguns amores ficaram por anos, outros por meses. Fui feliz, mas também tive decepções. Coisas absolutamente normais e que acontecem. Todos quase sempre começaram em paixões que num momento inicial não levariam a lugar nenhum. Paixões oriundas de carismas, de amizades que de um minuto o outro se tornaram especiais e diferentes ou de um instinto avassalador e explosivo, que vinha, arrebatava e ficava. E por falar em paixão, em todos os casos ela foi o estopim. Foi preciso me entregar a intensidade da emoção para vivenciar cada novo relação.
No agora me dedico a um amor constante. Contrário do primeiro não avisto prazo determinado, nem preciso para acabar. Esse é caracterizado pela firmeza, pelo sentimento gradativo e resoluto aprimorado nas grandes e pequenas sutilezas do dia-a-dia. Das descobertas dos defeitos e qualidades. Das manias, obsessões e do riso. Onde nos dedicamos a efetuar uma dezena de planos medianos ou grandes. Ele é marcado pela estabilidade, pelo respeito, carinho e cumplicidade. É diferente. A cada dia se reinventa para não cair no desgaste do tempo. A missão é mais árdua, só que simples. Você desenvolve com o cotidiano suas fórmulas prontas e experimentais para ser feliz a dois. Como em tudo existe um ‘porém’ o processo de reciclagem deve ser permanente. Nessa fase pecar é se deixar levar pelo comodismo, afinal onde não a expectativa de coisa alguma, brota a incerteza e insatisfação, daí o amor constante pode fracassar e torna-se um amor de temporada.
Existe ainda um terceiro amor, o eterno. Ainda não cheguei ao seu patamar, até mesmo porque nessa etapa ainda engatinho como um bebê que descobre seus primeiros passos. Sei que existe e exemplifico em dois relacionamentos de épocas diferentes. Como na história da irmã de um amigo, que após alguns amores de temporada enfim irá casar, quase uma década depois com aquele que como provou o tempo foi seu verdadeiro amor. O sentimento dos dias de adolescência se consolidou depois de diversas experiências distintas e provou tão eterno seria para o casal em questão. O outro é mais próximo e não menos especial. Minha avó amou por toda sua vida um único homem e com o mesmo construiu sua extensa família. Foi fiel até mesmo com sua morte e viveu até seus últimos dias cultivando seu amor eterno ao cavalheiro ao qual dedicou toda a sua existência.
E você qual seu tipo de amor?
Obs: Imagens enviadas pela autora (Imagens: Corbis)
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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