Djanira Silva 3 de julho de 2011

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Cada vez que seu olhar me acariciava, eu me sentia importante. Ela me amava com uma pureza, uma segurança e um carinho que faziam de mim uma pessoa diferente. Era feita de amor, desse amor- sorriso, de que são feitas as mães.
No dia em que se foi, levou dentro dos olhos a imagem da menina trelosa, da adolescente que ensaiou a vida, da mulher atriz, vivendo seus papéis.
Da parede, caiu o meu retrato. Cacos espalhados pelo chão, multiplicavam imagens destorcidas.
Sem ela, a casa já não era a mesma. Sobre a mesa, panos coloridos que a vi bordar nas noites silenciosas quando sonhava sem dizer com quê, chorava sem se lamentar e adormecia no engano das lembranças.
Com sua ausência, aprendi a solidão.

Adormeço ouvindo sua voz. Presssinto seus passos entre sala e cozinha construíndo nosso amanhecer.
Agora, sei que saudade é uma vida eterna onde as cores não desbotam, as melodias não desafinam, as rosas não murcham nem perdem o frescor os bogaris.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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