25 de julho de 2011
Dizem que as árvores desabaram, entre fuligem e solidão, por não suportarem tantos descuidos. Contam que o vento, por amor, resolveu arrancá-las pela raiz e as deixou a descansar no asfalto. Falam mesmo que a chuva serviu apenas para lavar as lágrimas que escorriam de algumas delas. Narram ainda que a noite se fez mais escura para que elas pudessem dormir, embaladas somente pelo doce sonho de não mais sofrerem. E assim ficaram deitadas e deitadas permaneceram até que os humanos chegaram para cortá-las e levá-las para participarem de outra história, talvez mais triste.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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