Paula Barros 3 de julho de 2011
Fruto das minhas observações e análises pessoais, cada vez mais tenho certeza que o escritor é um louco que enlouqueceu por outras vias. Um louco saudável e produtivo, digamos assim.
O escritor consegue colocar o pensamento que ia se desviar e fazê-lo enlouquecer, em linhas retas, com começo, meio e fim. Não necessariamente nesta ordem, ou contendo todos. Para você ver como escrever é um ato complexo do ser e de ser.
O escritor é um artista que representa ele mesmo em diversos papéis. É como se o escritor tivesse várias personas, muitos “eus” dentro do “eu”.
Ele tem muitas vozes. Muitas escutas. Ele altera a realidade. Transforma o real em ficção, quase num processo esquizofrênico de se dividir, de se alterar, e alterar a realidade.
É um psicótico que não apenas fala só, mas fala através de outras vozes. No processo criativo ele pode ser Deus ou o Diabo. Constrói mundos e os destrói. Cria seres de todos os tipos, dos bons aos maus, passando pelos indecisos.
Esta esquizofrenia do seu “eu” que confabula o tempo todo com outros dentro dele, e com outros fora dele, nos fornece uma gama enorme de livros.
A mente é um palco eterno. Entra e sai personagens. E esta possibilidade de sermos muitos e convivermos em sociedade nos dá mais possibilidades para criar.
Obs: Imagem enviada pela autora:estátua de Joaquim Cardoso – Recife
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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