Nossa cidade está celebrando, pela 315ª vez, a festa de sua excelsa Padroeira, a Virgem Senhora do Carmo. A Basílica do Carmo, no coração do Recife, há mais de três séculos, regida com zelo pelos Revmos. Frades Carmelitas, Ordem particularmente mariana, é o centro da devoção do nosso povo à Senhora do Carmelo. Expressivo o tema deste ano: “O Recife é todo vosso, nossa Mãe e Padroeira” e sugestivo o lema: “Mãe, cuida deste povo que é teu”. Esse tema está inspirado num antigo hino à Padroeira de nossa capital: “O Recife é todo vosso, Virgem do Carmo. Eis, pois, sede o forte amparo nosso, poderosa como sois”. De 6 a 16 de julho, de modo todo particular, o recifense irá aos pés de sua Patrona implorar graças e proteção para suas necessidades espirituais e materiais. O voto que fazem os Carmelitas aos devotos da Virgem do Carmelo, nesta solene celebração mariana de nossa cidade, é que “a festa da Padroeira seja tempo oportuno de oração e crescimento espiritual, momento em que a fé seja renovada e o compromisso com a construção do reino de Deus assumido, tendo sempre a Virgem Maria como modelo e, nela, a certeza de uma Mãe que cuida e intercede por seus filhos.”
Outra grande devoção mariana de nossa cidade é a Virgem Senhora da Penha. Ela é a padroeira do comércio do Recife. Sua Basílica, no bairro de São José, no centro da cidade, dirigida pelos Revmos. Frades Capuchinhos, é meta de frequentes visitas de devoção do nosso povo. Lá está o túmulo do mais ilustre bispo de Olinda, o capuchinho Dom Frei Vital Maria Gonçalves de Oliveira, intrépido mártir da defesa dos sacrossantos direitos da Igreja, livre, diante da prepotência do governo imperial.
A mais popular, a de maior penetração nas camadas dos pobres dos morros de nossa capital, é sem dúvida a devoção à Virgem Imaculada, cultuada no Morro da Conceição. Sua festa, a 8 de dezembro, atrai multidões, sobretudo dos bairros pobres de nosso Recife e, particularmente, dos morros que circundam a capital pernambucana.
E no final do século 19, também a Virgem dos sonhos de Dom Bosco, trazida por seus filhos, aporta à nossa Mauricéia. Da França, anuncia o Pe. Lourenço Giordano ao grande benfeitor dos Salesianos, Carlos Alberto de Menezes: “Chegaremos a 8 de dezembro ao nosso querido Pernambuco (assim era chamada nossa cidade nos mapas europeus de então)”. Depois de 15 dias de viagem de navio, os seis primeiros salesianos, no dia 10 de dezembro de 1894, chegam ao Recife. E hoje, a Senhora Auxiliadora reina soberana na Basílica de seu filho, o divino Coração de Jesus, onde, de todos os pontos do Recife, de Boa Viagem a Dois Irmãos, vêm honrá-la e invocá-la seus filhos devotos. Não é possível neste espaço citar as tantas outras devoções marianas que ponteiam nossa cidade, como a Senhora da Soledade, a Senhora de Belém, a Senhora da Paz, a Madre de Deus e tantas e tantas outras, atestando a devoção mariana do povo recifense, e que realmente provam que o Recife é de Nossa Senhora!
(*) É arcebispo emérito de Maceió.
Obs: Imagens enviadas pelo autor
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