Quando os valores éticos são deixados de lado, chega o vale tudo e aí, a perversidade de muitos chega ao ponto de tratar os outros seres humanos como objetos de uso, de comércio e de escravidão. Amanhã chega a Manaus a comissão parlamentar de inquérito, CPI do tráfico internacional de pessoas, do Senado Federal.Vai investigar o tráfico nacional de pessoas na Amazônia.
Manaus é um dos centros desse mercado. E não é só Manaus, não é só Brasil, mas o comércio de pessoas se intensifica no mundo. Há informação garantida de que só no ano 2005, quase 2 milhões e 500 mil pessoas foram vendidas no mundo. 43 de cada 100 pessoas traficadas foram vendidas para exploração sexual e 32 de cada 100 foram exploradas para outros fins.
O bispo do Marajó no Pará, Dom Luiz Azcona garante que o tráfico maior está em áreas abandonadas pelo poder público, de grande pobreza. Outro fator que facilita o tráfico de pessoas são as áreas de fronteiras. E aí a Amazônia é uma região que facilita essa perversão humana. As fronteiras mais acessíveis são as Guianas, o Suriname e Caiena, rumo à Europa. Venezuela e Colômbia também são corredores de tráfico humano. A CPI que vai a Manaus, o poderá fazer para coibir, esse grave crime? Assim como não consegue estancar o comércio de drogas, não basta colocar polícia federal nas fronteiras.
As soluções estão longe- educação de qualidade, geração de emprego e renda, formação de caráter, que também depende das famílias. A situação é grave, os crimes aumentam e a sociedade banaliza os fatos, por falta ética nas relações políticas, sociais e comerciais. Da mesma humanidade que surgem pessoas abnegadas e solidárias, sugem também os monstros perversos.
* Pároco diocesano e coordenador da Rádio Rural AM de Santarém.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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