20 de junho de 2011
Uma das primeiras coisas que aprendemos na escola é que o homem é um animal racional. O difícil é saber quando, como e de que jeito ele faz uso da razão. Será que é agredindo o próprio organismo com álcool, drogas e uma alimentação errada? Será racional um ser que, para preservar a própria vida, é obrigado por lei a usar cinto de segurança ou ser penalizado por dirigir bêbado, pondo em risco a própria segurança e a dos outros? Será racional ter que se submeter a uma redução de estômago para controlar a gula? Será racional ser internado em clínicas e hospitais para se livrar dos vícios de fumar, beber, e usar drogas? Será racional poluir os rios de cujas águas tira-se boa parte da alimentação?
Os presídios estão superlotados de racionais que matam seus semelhantes por pura maldade. Não existem prisões para animais delinqüentes. Quando algum deles ataca e mata o ser humano, é logo sacrificado. Por que não fazer o mesmo com o homem que seqüestra, tortura, estupra e mata?
Deus fez o dia amanhecendo às quatro da manhã e anoitecendo às seis da noite. A maioria dos crimes ocorre geralmente neste período que o homem iluminou para continuar sofrendo. Não existem bares para animais. Eles não fumam, não bebem, não comem além do que necessitam.
Um animal doente para de se alimentar. O homem, por mais doente que esteja, come, vomita, tem diarréia e continua comendo – e não lhe digam que está errado. O diabético se esconde de si mesmo para comer doces, o hipertenso abusa do sal sem temer as conseqüências dos acidentes vasculares, o obeso devora massa e se empanturra de gorduras, enquanto um cachorro com dor de barriga, recusará até um pedaço de filé.
Quando algum deles age de forme diferente, logo sabemos que ali andou a mão do homem, o homem que veste de bailarina a macaquinha, e de vaqueiro o mico, e que faz o cachorro pular corda ou atravessar um círculo de fogo, coisas que aprende a duras penas.
Eis aí o homem, um ser racional, o rei da criação!!!!!!!
Obs: Texto retirado do livro da autora – Deixe de ser besta
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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