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          Reconheço a tristeza destes sinos quando tocam assim como se fosse Natal. Falam do enredo de um mundo que sempre me assusta, de uma trama que me escreveu torta e mal feita, multiplicando medos e sonhos, bola de fogo jogada num espelho.
          Tocam vida e morte, desenterram saudades, denunciam tristezas, desafiam o esquecimento, levam-me de volta em busca de histórias que estão à minha espera.
          No coração toco uma tristeza em tom menor. O piano, o violão, o sino, a luz, o sonho, o pesadelo esperam a ressurreição nos desenhos do meu rosto, no branco dos meus cabelos brancos.
          Nos lábios das palmeiras os assobios do vento chamam a inocência, liberta das sombras o meu sorriso.
          Reconheço minha infância trocada nos caminhos, feito a vida de Paulo na estrada de Damasco: saudade, saudade, por que me persegues?
          Fui antes de ser porque eu já era uma lembrança de mim, na criança esquecida nos caminhos, trocando a falsidade das virtudes pela invenção do sonho e da mentira verdadeira. A vida sempre me disse que eu precisava viver.
          Caminho sobre nuvens de algodão doce.
          Como esquecer a menina, a que viveu comigo minha primeira vida?
          Juntas escreveremos nossa história.

Obs: Texto retirado do livro da autora – Pecados de Areia

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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