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O homem é o desejo? Ou o desejo é o homem? Essa proposta inicia-se com esse exercício filosófico porque do desejo derivam-se dois fatores que geralmente não agradam a ninguém: o tédio e a angústia.

Tédio e angústia, filhos diletos do desejo. Eis a gangorra na qual a nossa vida se balança. Pois, segundo Schopenhauer, o desejo é uma fonte constante de infelicidade porque leva ao tédio se satisfeito e, insatisfeito, provoca a angústia.

Mas, se é verdade que o desejo move o mundo, em seu nome também acontecem muitas tragédias. Por isso, o cuidado com ele convém, pois, se atentarmos para os seus vários significados, vamos encontrar palavras um tanto quanto perigosas. Ei-las: vontade de possuir ou gozar; ou anseio, aspiração; e ainda cobiça e ambição.

O assunto é sério porque já foi dito por aí que quanto menos poder temos, maiores são as ilusões que criamos. Ainda mais nessa era do consumismo em que nos encontramos, na qual consumimos mais do supérfluo e do desnecessário, seduzidos e bitolados que estamos pelos meios de comunicação de massa, verdadeiros arautos do consumismo desenfreado e que, quase sempre, fazem-nos esquecer das nossas necessidades básicas com suas mídias mágicas e massificantes.

Mas, na obra do próprio filósofo, existe a possibilidade de saída dessa atroz encruzilhada da existência humana: a arte como único modo de aliviar o sofrimento humano através da contemplação do belo, exclusiva forma de afastamento do desejo. Ao menos, temporariamente.

Eis aqui a redenção do Homem. Pois a arte, além de ignorar o tempo – nosso eterno e insaciável vilão – ainda propicia prazer e deleite ou, no mínimo, uma gostosa e necessária terapia.

Por fim, o cuidado com o desejo deve ser constante, uma eterna autovigília para ser mais exato. Pois, se as nossas necessidades são poucas, incontáveis são os nossos desejos.

Obs: Imagem enviada pelo autor.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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