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A BUSCA

A efervescência do inerte
Faz-me buscar as cores do escuro
O brilho da opacidade
O tremor dos guerreiros
A guerra dos paralisados
O inócuo da multidão
A solidão dos conquistadores
A conquista dos sem-ala
O eco do grito-mudo
A tristeza dos felizes
A felicidade dos débeis
A debilidade dos poderosos
O poder dos impotentes
A letra dos analfabetos
A sapiência dos ignorantes
A ignorância dos letrados.

VERDE QUE TE QUERO ESPERANÇA

Pintei-me de verde
Para ser pura natureza.
Fui musgo, lodo, trepadeira.
Busquei tua compreensão.
Que desilusão!
Tua cor é vermelho destruição.
Ó, ser humano, onde está tua compreensão?
Amarelaste teu pensar,
Descoloriste teu cérebro,
Empalideceste teu arco-íris,
Aprisionaste o negro.
Acorda, ainda é hora.
Clareia tuas ideias,
Ilumina tuas ações,
Atua na transformação.
Teu coração ao bater forte,
Extrapola o terrror da inanição.
Liberta-te, que te quero verde esperança.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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