10 de abril de 2011
Onde sempre morei, ancoro desejos e me descanso. Sei olhares, onde sempre moro. Procuro o azul profundo de um céu de outono no teto de minha casa. Durmo anseios e tenho, de tempos em tempos, dores. Amores, risos, sorrisos, mãos de afeto. Acalanto, tempestades. Onde moro passa um rio, doce e caudaloso, e desagua pelos meus dedos. Também residem feras e paz. Onde moro habitam todas as casas em minha casa. E a saudade repousa tranquila como um ninho. Que me resta, a não ser me deixar morar? E, no vacilo do meu ser debruço, pois minha casa sempre morou em mim.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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