Laudi Flor 21 de março de 2011

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As antigas profissões ganharam nomes sofisticados e complicados. Tudo, a fim de que as atividades mais simples ganhassem “status” de primeiro mundo, por exemplo: O professor de educação física agora é personal trainer, a antiga manicure é personal stylist, quem arruma os armários da casa e põe as coisas no lugar, é chamado de personal home organizer…

Existe consultoria para tudo o que imaginar: Consultoria de organização e planejamento doméstico, de imagem, financeira, marketing, amorosa, ambiental e por aí vai, tudo em nome da modernidade. Nada contra, mas, aqui pra nós, que saudade tenho de nossas avós, que arrumavam a casa inteirinha, pagavam as contas, aprontavam as crianças para a escola, cozinhavam, lavavam, entendiam de tudo de uma maneira simples e descomplicada sendo chamadas carinhosamente de dona-de-casa.

Pois é. Em nome dos novos tempos assisti na TV uma entrevista com uma simpática senhora que se apresentava como “consultora de organização e planejamento doméstico”(Ufa, que nome grande!) e ela dizia mais ou menos assim: “ Somos esposas, mães, mulher porém todas essas funções nada mais são do que prestação de serviços!” Como assim??? Prestação de serviços?Vi-me perdida diante da TV.

Quer dizer que quando preparo o almoço ou vou a farmácia buscar um medicamento para meu filho que está ardendo em febre, estou prestando um serviço a família? Se fizer um bolo, todos terão que me reembolsar por essa prestação de serviços?

Se encararmos tais funções como uma simples prestação de serviços, esta prestação não deveria ser paga em moeda corrente? Mas, o amor não conta? O ato de dar e receber em família não são atos voluntários de amor e que por isso independem de pagamento?

Estou pasma!Que encontrem novos “temas” para antigas profissões, tudo bem! Agora mudar o nome da palavra “amor”, para prestação de serviços é inaceitável!

Tudo se torna mais grave se, por este prisma, imaginarmos que como esposas, somos parceiras sexuais de alguém que está vivendo sob o mesmo teto, na saúde e na doença e, deste modo, teríamos que “cobrar” pela prestação de serviços. Assim, deixaria de ser prestação de serviços para se chamar prostituição. Diante disso, caríssimos, o que dizer?

Neste passo, leitor (a) amigo (a), nadando contra a corrente das tendências da modernidade, vou ficando por aqui como “amante a moda antiga”, que desempenha as funções de esposa, mãe, amiga e mulher pelo imenso prazer outorgado, pelo amor

Obs: Imagem enviada pela autora.

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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