21 de março de 2011
Sentia
baterem as pedras
aos ouvidos.
Sabia
da falta de esperanças
futuras.
Escrevia
como quem não via
nem ouvia.
Escorriam
da boca as últimas
ilusões.
Sonhava
como quem jamais
dormira.
E quando quis pôr fim
àquela insônia
escolheu um daqueles caminhos
e pensou consigo:
eis por fim o grau máximo
de liberdade
a que se pode chegar.
Reviu antigas companheiras
lembrou de velhos amigos
apertou num instante
as mãos de quem pôde
e disse: Meu nome
é Todavia.
Sabia que era imortal.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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