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Sentia
baterem as pedras
aos ouvidos.
Sabia
da falta de esperanças
futuras.
Escrevia
como quem não via
nem ouvia.
Escorriam
da boca as últimas
ilusões.
Sonhava
como quem jamais
dormira.
E quando quis pôr fim
àquela insônia
escolheu um daqueles caminhos
e pensou consigo:
eis por fim o grau máximo
de liberdade
a que se pode chegar.
Reviu antigas companheiras
lembrou de velhos amigos
apertou num instante
as mãos de quem pôde
e disse: Meu nome
é Todavia.
Sabia que era imortal.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.
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