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A nossa experiência mística vai acontecendo na medida em que nossa conversão se intensifica.
A experiência do pecado é profundamente humana, mas também pode ser profundamente humanizante, porque leva a valorizar mais a vida. Afinal, não foi isso que aconteceu com o filho pródigo do Evangelho? A experiência da fragilidade, do limite e mesmo do pecado pode levar-nos à verdade, ao profundo da nossa realidade, servindo assim para redirecionar nossa vida e nos libertar da superficialidade, pois onde há superficialidade não se pode haver mística. A mística gera em nós aquilo que há de mais bonito na vida humana e cristã: ternura, esperança, alegria, partilha, fidelidade, misericórdia, criatividade. É mesmo a irrupção de Deus dentro da vida humana.
A solidão é uma experiência humana que nos mostra que aqui nada nos satisfaz plenamente. Só Deus, o absoluto. Aqui tudo é relativo. As coisas da terra não podem satisfazer nosso anseio pela infinito. Mas a solidão é também uma experiência mística. Na solidão nos esvaziamos de tudo o que é relativo para sermos possuídos pelo absoluto, por Deus, sua vontade, seu projeto.
“Pensem nas coisas do alto…” (Cl 3,2): é o apelo que nos faz o apóstolo Paulo. Somos do céu, do alto: filhos e filhas amados de Deus, mas também somos da terra e, muitas vezes, isso nos impede de progredir no caminho da mística, do bem, como o jovem rico do Evangelho que preferiu seu dinheiro a seguir Jesus.
O místico, diferente do que podemos pensar, não é um alienado, mas alguém que mergulha na história, na realidade, do jeito que Jesus foi: no meio das multidões, sempre atento aos apelos de todos que o cercavam e seguiam, mas, ao mesmo tempo, em profunda e íntima sintonia com o Pai.
Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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