Maria Inês Simões 1 de fevereiro de 2011
Nada sei das estrelas e deste seu universo
Nada sei de seu riso, seu gozo ou desgosto
Nada sei de seu brilho que a contra gosto
…deslumbra olhar carente descrente…

Nada sei de mim em vida… Só… Sinto!
De minhas manhãs vazias e entardecer solitário
De buscas, lutas e rostos guerrilhas
…detonados em tempos e vidas passadas…

Ainda sei de crianças desamparadas
jogadas ao léu sem lembranças
sobrevivendo, olhos sem esperanças
de quem as façam crer
que existe um brilho maior
…basta ver…

Da fome só eu sei, seres em osso e pele-sentimentos
comida de abrutes em banquetes-mantimentos
plataformas e solventes-suores infantis-ressentimentos

Só eu sei, de um sorriso abobado
infantil, desesperado em busca de viver
…um sonho por viver…

E pergunto ainda por você, o que sabe da vida
…qual seu sonho sua lida, não sei responder…

Meus sonhos fundem-se em desespero
com o choro de minhas manhãs e entardecer
queria ver as estrelas no deserto de Davi
Olhar para os montes e gritar por socorro
…do alto ele virá, sei que virá… Um dia virá…

Da Lua não mais, de Marte não acredito
O tempo passa e a esperança se esvai
com a fé e conhecimento de que nada sei
…nada sou… nem por quem estou…

Não quero mais ver estrelas em planetas desabitados
ou satélites velórios perdidos pelo nada

…só…
queria ver as estrelas no deserto de Davi

Sonhos Estrelas que se desfazem
Para brilhar no deserto logo ali
em terras áridas
… estas aqui…
…regadas…
…em sangue suor e vinho-vida…
…embriagadas…

…Só queria ver as estrelas com você…
…No deserto… Imenso… Intenso… Neste aqui…

Este texto expressa exclusivamente a opinião do autor e foi publicado da forma como foi recebido, sem alterações pela equipe do Entrelaços.


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